Um documento publicado nesta segunda-feira pelo Vaticano propõe uma maior aproximação da Igreja Católica com homossexuais, casais divorciados e casais que moram juntos mas não são casados. O texto é resultado de um encontro de 200 bispos de todo o mundo com o papa Francisco, que ocorreu nas duas últimas semanas e discutiu questões que afligem famílias católicas, desde migrações forçadas até poligamia.
No ano passado, o Vaticano distribuiu um longo questionário para dioceses espalhadas pelo mundo, no qual perguntou quais eram os maiores desafios enfrentados pelas famílias. Cerca de 84% dos bispos responderam que havia um grande repúdio à rejeição da Igreja ao casamento gay e ao controle de natalidade.
"O papa Francisco foi muito claro ao dizer que havia duas diferentes demandas: os altos valores da Igreja e não julgar a vida das pessoas", disse o cardeal britânico Vincent Nichols. Em 2013, no seu retorno ao Vaticano após passagem pelo Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, o pontífice foi questionado sobre os homossexuais. "Quem sou eu para julgá-los?", respondeu Francisco, em seu primeiro sinal de aproximação com os gays.
Observando que, para muitos, "o casamento é um luxo", e que as uniões de fato são muitas vezes forjadas no "convívio existencial", o sínodo indica que em muitos desses casos os "valores familiares são autênticos".
Um novo tom também foi utilizado em relação aos homossexuais, que "possuem dons e qualidades a serem oferecidos à comunidade cristã".
O cardeal Erdo ressaltou que isso significa que "a identidade de uma pessoa não é determinada principalmente pela sua orientação sexual". De fato, o texto não se propõe a mudar a doutrina que condena atos homossexuais, e há uma unanimidade quanto a reservar o termo "casamento" à união entre um homem e uma mulher.
Mas, de maneira nova, "e sem negar as problemáticas morais ligadas às uniões homossexuais", ele aponta para "casos em que o apoio recíproco até o sacrifício constitui uma ajuda preciosa à vida dos parceiros".
No sábado, o Papa Francisco nomeou mais seis bispos, próximos a ele, para ajudar na redação do texto. Os conservadores criticaram sua escolha por considerarem que a medida não foi imparcial.
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