O governo da Venezuela rejeitou nesta sexta-feira a resolução do Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da ONU que decretou que o Estado deve libertar imediatamente o líder opositor Leopoldo López, preso desde fevereiro, e exigiu respeito para com as instituições venezuelanas.
"Assim como dissemos ao Departamento de Estado (dos Estados Unidos) para que não se intrometa em nosso assuntos, dizemos o mesmo a qualquer grupo de trabalho de qualquer instituição", disse o chanceler venezuelano, Rafael Ramírez, durante uma entrevista coletiva, ao ser consultado sobre a resolução.
"Todos os juízos que estão em desenvolvimento em função dos atos de violência que aconteceram no início deste ano, têm curso dentro de nossas leis", acrescentou.
O ministro venezuelano indicou que o governo dará uma resposta oficial à resolução e exigiu respeito pelas instituições venezuelanas que lidam com os casos relacionados aos atos violentos que aconteceram na Venezuela em 12 de fevereiro.
"Assim como exigimos respeito sobre nossas decisões soberanas e política petrolífera, exigimos respeito em toda a linha de ação", disse Ramírez.
A defesa de López solicitou ontem a "imediata libertação" do político após ser divulgada a resolução do Grupo de Trabalho da ONU sobre detenções arbitrárias que incluía a recomendação ao governo venezuelano por sua libertação.
O Vontade Popular (VP), partido liderado por López, divulgou um texto da ONU sobre detenções arbitrárias, de 23 de setembro, que aponta na seção de "decisões" que "a detenção do senhor Leopoldo López constitui uma detenção arbitrária", segundo os métodos de trabalho do organismo.
"Consequentemente recomenda ao governo da Venezuela que disponha da imediata liberdade do senhor Leopoldo López e que outorgue uma reparação integral, incluída compensações de caráter indenizatório e moral, assim como medidas de satisfação como poderia ser uma declaração pública de desagravo a seu favor", rezou o documento.
López, acusado de instigação pública, formação de quadrilha, danos à propriedade e incêndio pelos atos violentos que aconteceram no fim da manifestação de 12 de fevereiro, que terminou com três mortos e dezenas de feridos e detidos.
López se entregou às autoridades seis dias depois e desde então permanece detido em uma prisão militar.
Esta data deu início a uma onda de protestos contra o governo na Venezuela, que durou quatro meses deixando 43 mortos. EFE
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