Em alguns momentos a dificuldade era financeira quase faltando o que comer e outras a crise foi de falta de vocações. Esta falta de vocação fez com que alguns chegassem a pensar em suspender as atividades do Seminário o que graças a Deus não aconteceu pois nossos líderes entenderam na época que fechar o Seminário implicaria em, a médio e longo prazo, descaracterizar a identidade denominacional da IPCB.
Neste mês a Junta de educação Teológica da IPB reuniu os professores de seus seminários e duas frases ditas neste encontro me chamaram. Uma delas foi proferida pelo presidente da Junta de Educação Teológica, Presb. Elias Medeiros quando disse que o objetivo dos seminários é "Formar pastores excelentemente bem preparados do ponto de vista acadêmico, com vida piedosa e identidade com a Igreja Presbiteriana do Brasil". A segunda foi dita pelo Rev. Francisco Leonardo Schalkwijk: “Irmãos, uma denominação tem sua saúde e futuro dependentes de sua educação teológica. Cuidemos de nossa igreja”.
Esta preocupação revelada por estes nossos irmãos em relação aos seminários daquela Igreja irmã deve ser a nossa preocupação. Nosso Seminário tem que ter o compromisso de formar pastores comprometidos com a Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil com vistas a manter a saúde da Igreja.
Nosso seminário fez parte do ideal de nossos fundadores desde o início. Já no primeiro Presbitério em julho de 1940 o Rev. Bento Ferraz disse na abertura da reunião: “antes sem ministério do que servido por ministério inidôneo. Mas, a igreja não poderá, salvo em casos excepcionais, viver e progredir sem esse ministério idôneo. Cogitar de vocações ministeriais ou de seminário ou de preparação ministerial, são coisas que devem entrar desde já em nossos planos eclesiásticos. Orar e agir nesta linha é construir alicerces para o grande edifício que vamos ou pretendemos levantar, com a graça de Deus, no seio do evangelismo brasileiro.” (O Presbiteriano Conservador, Ano I, no. 5, pg. 4).
Por que uma igreja que estava apenas iniciando e com tantas dificuldades falava em ter seu próprio seminário? Não havia outros seminários já organizados onde os candidatos da igreja poderiam ser treinados? Claro que havia, porém, os experientes líderes fundadores da nova igreja sabiam que uma igreja sem seminário é uma igreja com identidade comprometida.
Eles já tinha as preocupações que destacamos acima através das palavras ditas no encontro de docentes dos Seminários da Igreja Presbiteriana do Brasil. Em um programa de debates o Rev Ageu Magalhães, diretor do Seminário Presbiteriana Rev. José Manoel da Conceição disse o seguinte: “Uma igreja confessional precisa controlar a teologia “. Como manter a identidade de uma denominação e controlar a teologia se seus pastores estão sendo formados em seminário de outra denominação, ou pior, em um interdenominacional? Isto preocupou nossos primeiros líderes.
Podemos perceber que a preocupação dos nossos primeiros líderes não ficou apenas em palavras. Às vésperas da 14ª. Reunião Ordinária do Presbitério o Rev. Armando Pinto de Oliveira escreveu: “...Nossa denominação só será forte e estável, quando tivermos o nosso próprio seminário...” (O Presbiteriano Conservador, Ano XIII, no. 155/156, pg. 3).
Naquela reunião do Presbitério na cidade de Antonina o projeto de construção do Seminário Presbiteriano Conservador foi apresentado e aprovado: “Foi fundado o nosso Seminário, autorizado o início da construção do edifício e a organização dos cursos. Passos firmes e decididos para o futuro ...” (O Presbiteriano Conservador, Ano XIII, no. 155/156, pg. 5).
No dia 11 de julho de 1953 a pedra fundamental foi lançada e em março de 1954 o Seminário começou a funcionar.
A Igreja clamou no ano passado e Deus nos enviou quatro novos alunos (Maurício, Igreja Presbiteriana do Brasil em Fortaleza; Milton, Igreja de Rivera no Uruguai; Ricardo, Congregação de Muzambinho; Vinícius, Igreja de São Bernardo do Campo)que se juntam aos outros 4 que já tínhamos (Deivide, Igreja de Itapetininga; Jader, Igreja de Bauru; Matheus, 1ª Igreja de Guarulhos; Rodrigo, Congregação de Pedrinhas Paulista). Claro que é um número pequeno e bem aquém do que podemos manter e da necessidade da Igreja, mas somos gratos ao Deus soberano que sempre tem o melhor aos seus. Continuemos clamando ao Senhor da seara e Ele, segundo sua vontade suprirá sua Igreja.
No dia 15 de novembro, Deus nos permitindo, estaremos reunidos em nosso Seminário para cultuar a Deus agradecendo por 60 anos de bênçãos. Esperamos a família Conservadora aqui nesta data.
Reverendo Welerson Alves Duarte
(Diretor do Seminário Presbiteriano Conservador)
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