A educação pública de excelência do Rio enfrenta uma das piores crises da sua história. Mais de 45 mil alunos de universidades e ilhas de extensão e pesquisa — de administração federal e estadual — amargam adiamentos na volta às aulas por redução e atrasos dos repasses governamentais às instituições.
Será que agora os estudantes universitários vão começar a agir ou vão ficar sentados e sendo enganados por seus lideres de representação, pois os estudantes da VENEZUELA já acordaram faz tempo.
Nos Colégios de Aplicação da Uerj e da UFRJ, dívidas nos contratos com empresas de manutenção terceirizadas têm sido determinantes para a incerteza. Os valores que, de acordo com a empresa de limpeza Construir, ultrapassam os R$ 15 milhões em dívidas da Uerj, foram responsáveis pela decisão conjunta do Grêmio Estudantil e da direção do CAp-Uerj: a volta só será feita em condições ideais de salubridade, o que será reavaliado no próximo dia 11.
O CAp-UFRJ, por sua vez, definirá o retorno de seus alunos em reunião realizada hoje (apenas o 3º ano no Ensino Médio tem tido aulas). A empresa Qualitécnica, responsável pela limpeza das unidades da UFRJ, opera com número reduzido de funcionários, fruto da redução de quase R$ 60 milhões, que a universidade teve em seu orçamento no último ano, em depósitos do Governo Federal. De acordo com o reitor Carlos Levi, a UFRJ tem priorizado os pagamentos do mês de dezembro de 2014, ainda em atraso. Nos cursos de graduação, a insatisfação também está estampada no rosto dos alunos.
Com o início das aulas remanejado para o próximo dia 9, o aluno do 2°período de Comunicação da UFRJ, Diogo Pádua, relata prejuízos financeiros. “Venho de outra cidade, e esse atraso representa mais gastos na cidade, já que pago hospedagem e sou bolsista. Sinto minha graduação em risco por questões de salubridade”, disse. De acordo com a assessoria, os serviços terceirizados correspondem, hoje, a metade das despesas da instituição.
No CAp-Uerj, a crise tem raiz mais profunda do que o atraso no pagamento. A falta de professores que deixou estudantes sem aulas no último ano letivo não deve ser solucionada tão cedo. Das 69 vagas para profissionais concursados, pleiteadas pela direção, apenas 42 foram preenchidas por meio de concurso público. “Faltam estrutura e limpeza para abrigar mais de mil alunos. Neste momento, não há condições para a realização de aulas.
A princípio, voltaremos a debater o assunto no dia 5, em assembleia”, garantiu o presidente do Grêmio Estudantil do CAp, Matheus Zanon. O pagamento das bolsas de R$ 400 mensais a 40 alunos cotistas, também estaria em atraso. Por nota, a Secretaria estadual de Fazenda garante que o débito com a Construir é bem menor do que o informado pelo diretor da empresa, Júlio Diniz, totalizando R$ 2.266.841,87.
Na UniRio, são as obras no bloco 3 no Centro de Letras e Artes, na Urca, as responsáveis pelo adiamento. Embora a direção afirme, por meio de nota, que “as intervenções estão dentro do cronograma previsto”, o retorno às atividades foi adiado visando a segurança dos alunos.
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