Só mesmo no Brasil, como você coloca um menor que denunciou outros três juntos e na mesma cela , a impressão que ficou é ja que não podemos bater deixa eles juntos, são de menor mesmo enquanto isso o estuprador adulto foi isolado. Gleison Vieira da Silva, 17 anos, foi espancado até a morte na noite da quinta-feira (16) dentro de uma das celas do CEM, que ele dividia com os outros três coautores da barbárie contra quatro meninas que chocou o país.
A direção do centro afirmou que o grupo é suspeito do assassinato.
Segundo o magistrado, os adolescentes vinham sendo ameaçados de morte pelos demais jovens da unidade.
“Eles [os internos] disseram que os agressores tiveram foi sorte, porque iriam matar os quatro. Poderia ter sido uma chacina. Há 14 anos vejo que o estado não tem cumprido o que estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente, que é manter separados menores com alto grau de agressividade, a exemplo de estupradores, e quando há riscos para a integridade física deles”, disse o juiz, que esteve no CEM na madrugada desta sexta, logo após o crime.
Em nota, a Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Sasc) e a diretoria do Centro Educacional Masculino disseram que, para garantir a segurança e integridade dos menores, a secretaria fez a internação deles em uma sala separada, para que que não ocorressem conflitos com outros internos.
Os adolescentes estavam internados no Centro de Internação Provisória (Ceip), mas, após a sentença dada pelo juiz Leonardo Brasileiro, eles foram transferidos para o CEM, que também fica em Teresina, na quarta-feira (15).
"No Ceip, os adolescentes estavam separados. Como o CEM está superlotado, tivemos que colocá-los na mesma cela da ala E, que abriga internos que cometeram atos infracionais graves, como estupro, homicídio e latrocínio. Conversamos por cerca de 40 minutos no dia da internação, e eles concordaram em dividir o mesmo espaço porque todos temiam represálias dos demais internos", explicou o gerente do CEM, Herbert Neves.
As agressões
O juiz Antonio Lopes deu detalhes de como o assassinato aconteceu, com base no depoimento dos adolescentes. “Em tese, acredita-se que o Gleison estivesse dormindo quando as agressões iniciaram. Primeiro, eles deram o que chamaram de ‘voadora’, e quando a vítima caiu, foi dominada. E daí as agressões começaram com socos e pontapés. Eles chegaram a bater a cabeça dele contra uma estrutura de cimento”, disse.
Um policial militar que estava de plantão na noite de quinta-feira disse que no momento da confusão entre os adolescentes havia quatro educadores e sete PMs no CEM. “Quando ouvimos os gritos corremos para a cela e conseguimos retirar o rapaz com vida, mas não resistiu”, contou
Briga na prisão
Adão José de Sousa, 40 anos, acusado de ser o mentor do estupro coletivo foi ferido durante uma briga na quinta-feira (16) na Casa de Detenção Provisória de Altos, a 20 km de Teresina. Segundo informações da administração penitenciária, Adão teve algumas escoriações, mas nada grave.
"Ele se envolveu em uma briga no início da tarde, ficou ferido e foi levado para o Hospital em Teresina. Após atendimento, ele foi levado para o Instituto Médico Legal, onde passou por exames, mas já está de volta à penitenciária de Altos", informou a assessoria de imprensa da Casa de Detenção.
Entenda o caso
No dia 27 de maio, quatro adolescentes foram brutalmente agredidas, estupradas e depois jogadas do alto de um penhasco em Castelo do Piauí, a 190 km de Teresina. Uma das jovens morreu após 10 dias internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). As outras três também ficaram hospitalizadas e já receberam alta.
Os quatro adolescentes suspeitos de participação no crime foram apreendidos horas após a barbárie. Um quinto suspeito, Adão José de Sousa, 40 anos, foi preso dois dias depois.
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