A situação da economia brasileira digamos está entrando na UTI, e a coisa vai ficar mais feia do que esta atualmente , o IPCA de junho melhor do que o esperado, mercado de trabalho em forte retração e estabilidade do IBC-Br em maio.
Mesmo com esses três indicadores de que a atividade está mais fraca, o mercado financeiro manteve as expectativas para o comportamento da Selic deste ano. Fez alterações, no entanto, para o rumo dos juros em 2016.
Para os participantes do Relatório de Mercado Focus, o Comitê de Política Monetária (Copom) continua mostrando previsão de alta de meio ponto da taxa básica de juros este mês, para 14,25% ao ano - atualmente a Selic está em 13,75% ao ano.
Também deixou inalterada a projeção de que a Selic vai encerrar 2015 em 14,50% ao ano pela terceira semana consecutiva. Com isso, a taxa de juros média deste ano se manteve em 13,72% ao ano.
Já para 2016, recuou de 12,25% ao ano para 12,00% a mediana das expectativas para a Selic. Com isso, a previsão volta para o patamar de um mês atrás. A Selic média de 2016 ficou inalterada em 13,38% de uma semana para outra - estava em 12,96% um mês antes.
O quadro de previsões para o juro básico também reflete o tom mais duro adotado pelo Banco Central no Relatório Trimestral de Inflação de junho e de afirmações contundentes de vários porta-vozes da instituição em relação à "determinação" e "perseverança" da autoridade monetária no combate à inflação em diversas ocasiões posteriores.
Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o Top 5 no médio prazo, não houve mudanças: a Selic vai encerrar 2015 em 14,25% ao ano e 2016 em 11,75% ao ano.
Inflação do atacado
O Relatório Focus também revelou mais uma vez um pessimismo com a inflação do atacado. O IGP-DI de 2015, por exemplo, deve encerrar em 7,64%, e não mais em 7,51%, como os analistas aguardavam na semana passada ou em 7,31%, como há um mês.
O IGP-M deste ano, segundo o documento, deve fechar em alta de 7,46%, taxa maior do que a da semana passada, de 7,42%. Quatro semanas atrás a previsão era de 7,00%. Para 2016, a perspectiva de alta de 5,50% segue pela 50ª semana consecutiva tanto para o IGP-M quanto para o IGP-DI.
Sobre o IPC-Fipe, que mede a inflação para as famílias de São Paulo, a estimativa para 2015 passou de 8,60% para 8,72% de uma semana para outra. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 8,45%. Para 2016, a previsão para a inflação de São Paulo ficou estável em 5,30% pela quarta vez consecutiva.
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