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renato santos
10/11/2015
Quase quatorze anos se passaram desde que o antigo economista chefe do banco de investimento americano Goldman Sachs, Jim O’Neill, criou a sigla que se tornou sinônimo de países de alto crescimento: Brasil, Rússia, Índia e China e, logo depois a África do Sul.
Estava formado, então, o grupo dos chamados emergentes, os quais continuam balançando na corda bamba de uma crise que para alguns países se movimenta como se fosse um metrônomo sobre o piano da sala.
Contudo, segundo o mesmo banco de investimento estadunidense, a era dos BRICS está chegando ao fim. O Goldman Sachs decidiu fechar um fundo, criado há nove anos para investimentos em ativos do grupo de países, devido ao acúmulo de prejuízos consecutivos.
De acordo com a Bloomberg, o fundo geria mais de US$ 1 bilhão, dinheiro que agora será aplicado de forma mais abrangente em “mercados emergentes em geral”. A grande questão que marca a decisão do Goldman Sachs é que os chamados emergentes mudaram de endereço.
A decisão, tomada em outubro, foi devidamente explicada ao órgão regulador do mercado financeiro norte-americano, a Securities and Exchange Commission (SEC), como determina a legislação local.
O Quartz ressalta que os ativos do fundo caíram 88% em relação ao pico de 2010. No final do mês passado, o fundo só tinha US$ 98 milhões sob gestão, cerca de um oitavo comparado ao que geria há cinco anos.
“A promessa de um crescimento rápido e sustentável dos BRICS foi muito questionada nos últimos cinco anos”, destacou à Bloomberg o especialista Jorge Mariscal, responsável pelos investimentos do UBS Wealth Management. Os BRICS “foram um conceito popular. Mas nada é eterno”.
Com esse cenário desenhado pelo Goldman Sachs, já conhecido de muitos, fica comprometida a atuação do banco dos BRICS, instituição financeira voltada ao desenvolvimento e concebida para funcionar como alternativa ao Banco Mundial (BM) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), “dominados pelos Estados Unidos”.
O erro dos atuais governantes dos países que integram os BRICS é insistir na demonização dos Estados Unidos, como se a maior economia do planeta tivesse de se curvar aos interesses de nações que no momento se alinham, em sua maioria, pelo viés ideológico.
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