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renato santos
11/11/2015
Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) antecipou na noite de terça-feira (10) que caso a presidente Dilma Rousseff insista em editar medida provisória para punir os caminhoneiros que protestam contra o seu governo, o partido atuará, em conjunto com a oposição e dissidentes da base, não apenas para derrubar a proposta, mas para anistiar os profissionais que forem atingidos pela intimidação descabida, enquanto esta estiver em vigor.
“Se a presidente Dilma resolveu criminalizar os movimentos sociais, deveria ter enviado ao Congresso um projeto de lei para tratar de matéria criminal. Em vez disso, usando de subterfúgio, resolveu, pelo que foi anunciado pelo ministro Eduardo Cardozo (da Justiça), pegar um atalho por MP para aumentar o valor de infrações de trânsito. Se confirmada, trata-se de uma medida covarde e antidemocrática”, criticou o deputado.
A presidente Dilma, lembrou Rubens Bueno, afirmou que bloquear estradas é crime. “Se é crime, por que não enviou um projeto de lei? Nunca pensei que assistiria o PT criminalizando protestos de trabalhadores”, questionou o líder do PPS.
Para Rubens Bueno, a presidente Dilma, num ato como esse, atenta contra a livre manifestação do povo brasileiro. “Creio que é uma manobra arriscada que pode colocar o seu governo, de uma vez por todas, fora da pista”, comparou o parlamentar.
Segundo a intenção do governo, a multa para quem fizer os bloqueios nas estradas aumentará de R$ 1.915 para R$ 5.746. Os organizadores de manifestações poderão ser multados em R$ 19.154.
“Estamos atentos e não iremos admitir qualquer tipo de medida que impeça os brasileiros de se manifestar. O Brasil não é Venezuela e Dilma e o PT deveriam saber disso”, finalizou Rubens Bueno.
Perdida e sem poder de mando, Dilma ingressou na perigosa seara em que o contraditório é rechaçado de qualquer forma, como se o Brasil já existisse como uma ditadura comunista. O direito à manifestação é garantido pela Constituição Federal, portanto nada pode ser feito contra os caminhoneiros, desde que não seja violado o direito de ir e vir dos cidadãos nas rodovias brasileiras.
Os caminhoneiros, antes da deflagração do movimento, garantiram o livre trânsito de carros de passeio, ônibus e caminhões que transportam produtos perecíveis, medicamentos e material médico-hospitalar. Ou seja, não por parte dos manifestantes a intenção deliberada de fechar as estradas do País, mas de protestar contra um governo criminoso, incompetente, corrupto, perdulário e paralisado.
Se os petistas palacianos entendem que a forma sugerida por Dilma é a mais acertada para lidar com quem protesta contra o governo, que medida idêntica seja tomada contra os manifestantes que, financiados pelo PT, interditam a Avenida Paulista, em São Paulo, via de acesso aos dez mais importantes hospitais da cidade.
A grande questão é que o governo petista de Dilma Rousseff está em processo de deterioração contínua e os estafetas presidenciais tudo fazem para salvar o que não tem salvação. Poderiam ao menos termo um momento de lucidez e consciência, garantindo aos caminhoneiros os mesmos direitos conferidos aos manifestantes contratados pelo partido para infernizar a vida dos paulistanos. Porém, é impossível exigir coerência e bom senso de uma legenda que acertadamente já foi comparada a uma organização criminosa.
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