renato santos
26/02/2016
Já não chega tanta corrupção no Brasil, agora vem mais uma, "O Recebedor" é desdobramento da Lava Jato que, com base em depoimento, aponta pagamento de propina para a construção de ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste.
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira (26), a operação "O Recebedor", desdobramento da Lava Jato que investiga esquema de corrupção na Petrobras, com base em informações colhidas em um depoimento de delação premiada e acordos de leniência que apontaram pagamento de propina para a construção de ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste.
São Bandidos no poder, que deixam os cofres públicos esvaziados, nós como cidadão não podemos deixar passar isso em branco, precisamos fazer algo ou quando acordarmos não teremos mais nada pra fazer.
As investigações revelaram prática de cartel e lavagem de dinheiro por meio de superfaturamento de obras públicas. Os investigadores concluíram que as empreiteiras realizavam pagamentos regulares, por meio de contratos simulados, a um escritório de advocacia e mais duas empresas sediadas em Goiás, utilizadas como fachada para maquiar origem lícita para o dinheiro proveniente de fraudes em licitações públicas.
Os mandados são cumpridos no Paraná, Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. Em dezembro, a PF fez a primeira operação resultado de investigações da Lava Jato, a Crátons, que teve como foco a extração e comercialização ilegal de diamantes em terras dos índios cinta-larga, em Rondônia. A Lava Jato investiga esquema de corrupção na Petrobras.
Somente em Goiás foi detectado desvio de cerca de R$ 630 milhões, considerando trechos executados na construção da Ferrovia Norte-Sul. Odebrecht, Queiroz Galvão, Mendes Junior, Serveng e Constran estão entre as empreiteiras investigadas nessa operação.
Inacreditável, fica uma pergunta será que essas grandes cooperações se tornaram uma organização criminosa, pela simples razão, em todos os escanda-los , elas aparecem.
Nos depoimentos de colaboração, os executivos da Camargo Corrêa entregaram provas contra o ex-presidente da Valec, a estatal das ferrovias, José Francisco das Neves, o Juquinha. Ele foi afastado do cargo em 2011 por suspeita de corrupção na "faxina" da presidente Dilma Rousseff. Conforme as colaborações, ele teria recebido R$ 800 mil em propina.
A PF cumpre mandado de busca e apreensão em endereços de Juquinha. Indicado à presidência da Valec em 2003 pelo PR – partido do deputado federal Valdemar Costa Neto (SP), seu padrinho político –, ele precisou do aval do ex-senador José Sarney (PMDB-AP) para assumir o cargo na estatal.
A Camargo, que é alvo da Lava Jato, já anunciou acordos de colaboração com o Ministério Público Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), por meio dos quais se comprometeu a pagar mais de R$ 800 milhões.
Os investigadores concluíram que empreiteiras realizavam pagamentos regulares, por meio de contratos simulados, a um escritório de advocacia e mais duas empresas sediadas em Goiás, indicadas por Juquinha, usadas como fachada para maquiar origem lícita para o dinheiro proveniente de fraudes em licitações públicas.
A Fiol é um projeto de 1.527 km de extensão que corta a Bahia para escoamento de grãos e minérios. A obra já consumiu R$ 3 bilhões e ainda não foi concluída. Na ocasião, a estatal Valec, responsável pela construção, acumulava dívida de R$ 600 milhões com fornecedores.
A Ferrovia Norte-Sul é um projeto dos anos 1980 e foi iniciada no governo de José Sarney (1985-1990). Na época, o então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva dizia que era uma obra para ligar "nada a lugar nenhum". Anos depois, a ferrovia virou uma das vitrines do governo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O projeto, que foi ampliado por Lula, prevê ligar Açailândia, no Maranhão, até Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
Em Açailândia ela se interliga hoje com a Ferrovia dos Carajás e vai até São Luiz. O governo quer construir outro braço até Barcarena (PA), um percurso de 477 km com investimento estimado de R$ 3,7 bilhões. A parte já construída, com recursos públicos, vai de Açailândia até Anápolis (GO).
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