RENATO SANTOS 20/03/2017 Não é a esquerda que destrói mas, quando ela é autora da CLEPTOCRACIA, do mesmo lado do pensamento é a DIREITA, quando não há limites e querem dominar o SISTEMA, para isso existe a DEMOCRACIA, que dá aos dois lados a oportunidade de fazer com o que o PAÍS CRESCER, em todos os aspectos, agora quando a bandidagem se uni como é o caso da VENEZUELA e do BRASIL, o sistema fica apodrecido e reflete na população que é dominada pelos dominantes, se não houvesse a CLEPTOCRACIA no PODER e suas esferas as coisa dariam certo para os dois lados.
Precisamos de Leis no Senado e na Camara dos Deputados para combater a CLEPTOCRACIA, ele é cruel e defasa todo o sistema seja esquerda ou direita .
Por incrível que pareça, há um governo de esquerda na Europa, antineoliberal, que vai bem, escreve Emir Sáder para alai.
Por incrível que pareça, porque parece que o clima não daria para isso. Syriza não conseguiu enfrentar na Grécia a austeridade da União Europeia.
O PSOE se recusou em Espanha a uma aliança com podemos, que teria levado a um governo como o de Portugal.
E os portugueses que escrevem artigos sobre tantos assuntos, não fazem nada em divulgar o governo de Portugal, um governo de esquerda que triunfa.
Uma atitude covarde é associar-se ao silêncio dos grandes meios de comunicação internacionais contra o governo português, que une toda a esquerda do país.
Quando o governo de direita, mesmo ficando em primeiro lugar, não conseguiu, há um ano e meio, maioria suficiente para governar, surgiu a proposta de um governo de toda a esquerda, que reunisse toda à esquerda: o partido socialista, ao Frente de esquerda e ao partido comunista, que somados teriam maioria para governar.
Tiveram que se chegar a um acordo entre eles, com concessões mútuas.
O partido socialista teve que abandonar a sua proposta de flexibilização das relações de trabalho, bem como a de privatização do sistema de transportes, mas acima de tudo, abandonar as políticas de austeridade que promovem uma devastação social em toda a Europa.
Os outros grupos de esquerda não participam diretamente do governo, mas o apoiam, a partir de um documento que define o fim da política de austeridade em troca da retirada da posição de saída da União Europeia.
No início havia um certo ceticismo sobre a viabilidade de esse tipo de governo, no meio de acusações terroristas da direita, segundo as quais o país vai à falência.
Quase um ano e meio depois, o governo socialista de António Costa vai muito bem, é mais popular do que nunca, e com resultados económicos e sociais muito positivos, confirmando que a via da esquerda contemporânea é a da unidade na luta pela Superação do modelo neoliberal.
Os vencimentos dos servidores públicos foram recuperados, sua jornada de trabalho foi reduzida de 40 para 35 horas, o salário vital foi elevado em termos reais, tal como as remunerações dos aposentados.
Ao mesmo tempo que os critérios sobre os deficits orçamentais, dado que esse défice desceu para 2,3 % do produto interno bruto, o valor mais baixo da história democrática de Portugal.
Tudo acompanhado da recuperação do crescimento económico e a diminuição do desemprego de 12,3 % para 10,5 %.
"nosso principal objetivo era frear o programa da direita, e conseguimos", disse a jovem líder da frente de esquerda Catarina Martins, líder da bancada desse partido no congresso. "nós contribuímos para impulsionar um conjunto de medidas que vão na direcção de uma maior justiça social", declarou Jerónimo de Sousa, dirigente do partido comunista de Portugal.
Era necessário encontrar "respostas aos problemas urgentes de salários, aposentadoria dos trabalhadores e do funcionamento do sistema de saúde", adiciona. "O acordo que conseguimos foi o melhor possível com 10 % de votos que nós temos", comenta Catarina.
Esse esquema é o que quase foi aprovado em Espanha, pela aliança do psoe com podemos, mas foi bombardeado pelos setores conservadores do socialismo espanhol.
Portugal mostra que é uma via possível: tal como os governos progressistas da América Latina, organizar um governo centrado na luta pela superação do modelo neoliberal.
Espanha olha com esperança a Portugal, mas também a França, onde um candidato de esquerda triunfou nas primárias do partido socialista e propõe um contra o outro candidato socialista-Mélenchon-e ao candidato verde.
Mas por que um governo de esquerda que prevalece não é divulgado pelas forças de esquerda e pelos intelectuais portugueses, e outros que muitas vezes escrevem sobre Portugal, para destacar os reveses e as dificuldades da esquerda?
Colaboram assim para sabotar a esse governo, deixando na sombra. Parece que são pessoas a quem só gosta de destacar os erros e os problemas da esquerda, mas que não está disposta a divulgar e a reconhecer os avanços da mesma.
Apesar de tudo, o governo de unidade da esquerda em Portugal avança e tende a se tornar uma referência para a esquerda dos outros países da Europa.
Emir Sáder, sociólogo e cientista político brasileiro, é coordenador do laboratório de políticas públicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
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