RENATO SANTOS 29-10-2017
Dirce Fátima Vieira e Maria Luiza Pires, autoras de "O sofrimento como vício", lembram que sofrer faz parte da condição humana.
Alguns indivíduos, porém, não conseguem romper o costume de sofrer. As autoras referem-se a um estado de escravidão interna e inconsciente que prolonga dores que não precisariam ser sentidas. São indivíduos que adotam uma atitude “sofrente” em relação aos outros e ao mundo.
A maioria não percebe nem reconhece que está nessa condição.
Pelo contrário, acredita mais na “falta de sorte” e lamenta como tudo é especialmente difícil para si. Não compreende que esse padrão de sentimentos e pensamentos determina atitudes que levam a insucessos.
O próprio indivíduo produz situações geradoras de desarmonia, isolamento, dificuldade e conflito. Conseguirão romper a dinâmica autodestrutiva que criam e recriam tão somente quando admitirem que se tornaram “viciados” em sofrer, quando investigarem em suas histórias de vida as crenças que ainda limitam suas atitudes e quando buscarem apoio (de familiares, amigos, psicólogos ou religiosos) para modificar os comportamentos que produzem exatamente os resultados que desejam evitar.
Quantos de nós vivemos sem a experiência do sofrimento? Sofrer faz parte da vida, faz parte da
condição humana, mas, não significa, necessariamente, ser infeliz. É fundamental discernir entre o
sofrimento comum, que acomete a todos, e o sofrimento como vício. Nesta obra, Dirce Fátima Vieira e
Maria Luiza Pires, psicoterapeutas e estudiosas das questões humanas nos mostram como o sofrimento
como vício pode se manifestar por meio de comportamentos compulsivos e impedir o indivíduo de ter
uma vida em equilíbrio, com relações afetivas e emocionais gratificantes, e sucesso como realização. Há
quem padeça do sofrimento como vício, sem se dar conta. A predisposição psicológica expressa por
uma atitude de sofrimento perante a vida, a insegurança, a autoestima prejudicada, a ansiedade, entre
outras características, definem o viciado em sofrimento.
Baseada na experiência clínica de cada uma delas, a obra destaca as várias facetas da expressão
do vício do sofrimento e sugere exercícios a fim de apontar caminhos para a superação. Durante a
leitura, os interessados no assunto tomarão contato com exemplos de casos clínicos bem como com
sensível reflexão das autoras sobre a relação do homem com o sofrimento ao longo da História - da
Idade da Pedra aos dias atuais. O sofrimento sob a ótica da religião é também explorado na obra, que
descreve a relação entre sofrimento, culpa, pecado e felicidade no conceito religioso das principais
correntes filosóficas até chegar à questão da fé como justificativa para o sofrer.
Com linguagem esclarecedora e precisa, as autoras traduzem ao leitor logo no início da obra a
diferença entre dor e sofrimento e a reação de cada um a esses dois aspectos.
A partir daí, contextualizam o sofrimento no primeiro capítulo.
O Sofrimento como Vício – Entenda e Supere essa Dinâmica é dividido em sete capítulos e
aprofunda-se nos seguintes pontos:
1. Contextualização do sofrimento (acima citado);
2. Vícios de ontem e de hoje – as características principais são dependência física e psicológica,
mudanças de humor, efeitos psíquicos e comportamentos compulsivos como a compra de um
carro para superar a perda de familiares ou uma separação conjugal;
3. O vício de sofrer – os tópicos “A eterna vítima”, “Por trás de um transtorno de
personalidade”, “Um sintoma transformado em doença”, “Manifestações principais”,
“Quando é impossível ser feliz”, entre outros; propõem refletir sobre um sofrimento
desnecessário na vida cotidiana, um vício como forma específica de consciência;
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