RENATO SANTOS 04/08/2019 Esse ataque não passou de uma farsa para prender líderes opositores. Um grupo anônimo chamado "Flannel Soldiers" disse nas redes sociais são os perpetradores ( autores).
Nicolás Maduro prometeu naquela tarde, mais uma vez, resolver a crise econômica na Venezuela quando duas explosões o deixaram em branco no meio de um evento público.
Era sábado, 4 de agosto, e as primeiras horas foram confusas até que o regime confirmou: "Eles tentaram me matar".
Por lapatilla.com
Dessa forma, o líder chavista explicou por que ele foi forçado a interromper seu discurso, que estava sendo transmitido no rádio e na televisão, e deixar o local escoltado por mais de uma dúzia de agentes, que mantiveram a régua ilesa.
A última imagem que os venezuelanos viram desse “ataque fracassado em grau de frustração”, como o governo descreveu, foi a de centenas de soldados que quebraram fileiras diante de seu comandante em chefe e deixaram o local a todo vapor, aparentemente apavorados.
Um ano depois, como é o caso de quase tudo na Venezuela, não se fala desse fato que, no entanto, gerou alguns meses de tensão e novas acusações contra a dissensão política e inimigos estrangeiros da chamada revolução bolivariana.
Contagem dos dados mais relevantes:
1.-o que aconteceu?
Às 17h41, horário local (21h41, horário de Brasília), duas explosões foram ouvidas no meio do ato de celebrar o 81º aniversário da Guarda Venezuelana no centro de Caracas. O alvo era Maduro, que liderou a atividade com sua esposa Cilia Flores e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino. Os três saíram ilesos, enquanto sete militares de baixa patente ficaram feridos.
2.-O que o governo disse?
Cerca de quatro horas depois do incidente, Maduro acusou o então presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que esteve três dias no poder, de ter planejado este ataque com o ex-presidente do Parlamento venezuelano, o opositor Julio Borges, exilado em Bogotá.
Ele também anunciou que alguns dos autores do material foram presos.
3.-Como a justiça agiu?
O Ministério Público e o Supremo Tribunal, muito próximos de Maduro, anunciaram ações imediatas que apoiaram a versão do governo dos acontecimentos, segundo a qual a oposição venezuelana estava envolvida no ataque.
Três dias depois, o deputado Juan Requesens foi preso, que ainda está preso sem julgamento, e até agora há pelo menos 43 envolvidos nesses eventos, 25 dos quais já processados pela Justiça venezuelana.
4.-O responsável confessa
No mesmo dia do ataque, um grupo anônimo chamado "Flannel Soldiers" disse que as redes sociais são os perpetradores. É, de acordo com sua declaração, um grupo de "militares e civis patrióticos" que não reconhece a legitimidade de Maduro como presidente, como muitos países, e portanto decidiu "empreender uma luta" para "retornar à democracia".
Embora eles lamentassem ter fracassado o alvo, eles advertiram que continuariam sua "luta".
5. Envolvimento internacional
A Justiça anunciou até 27 mandados de prisão com alertas de alerta vermelho à Interpol, enquanto o executivo chavista pediu ao Peru, Estados Unidos e Colômbia a extradição de quase uma dúzia de pessoas que, segundo eles, estão nesses países, mas um ano depois. , não há detentos no exterior para esse fato.
Maduro até pediu ajuda dos Estados Unidos, através de seu FBI, para investigar o ataque e mostrar a ele "provas" que ligam um morador venezuelano na Flórida, mas a iniciativa não prosperou.
6.-O custo do caso Albán
As autoridades prenderam o conselheiro da oposição Fernando Albán em 5 de outubro, quando ele estava chegando de uma viagem internacional. Três dias depois, o governo anunciou que o político havia "cometido suicídio" enquanto estava sob custódia do Estado.
A oposição e numerosos países condenaram fortemente Maduro e o responsabilizaram por esse "assassinato". Esta morte atraiu toda a atenção da mídia e subtraiu a solidariedade que Maduro alcançou depois de sofrer o ataque.
7.- Os presos
O Ministério Público informou em numerosos comunicados e conferências de imprensa sobre as prisões que começaram no mesmo dia do ataque com duas pessoas que foram flagradas em "flagrância" quando "operaram um dos drones" que foram utilizados para o ataque.
Alguns dos envolvidos são militares aposentados e outros estão envolvidos, segundo a versão oficial, em eventos como o assalto a um quartel militar ou na rebelião liderada pelo Oscar Óscar Pérez, também morto pela polícia.
Quase uma dúzia de acusações foram feitas contra os detidos. Seus parentes dizem que a maioria é prisioneira política.
8.-O ataque hoje
A lembrança do ataque é uma chama fraca que mal é mantida na opinião pública graças às alegações dos parentes dos envolvidos. Eles denunciam que os detidos, especialmente o legislador Requesens, foram vítimas de abuso na prisão.
O hotel em que os magnicidas foram supostamente abrigados foi tomado pelas forças de segurança desde 5 de agosto de 2018 e até agora permanece fechado para os hóspedes.
Maduro, que denunciou cerca de 30 planos magnicidas contra ele desde que assumiu o cargo, em 2013, acaba trazendo o de 5 de agosto para recriminar à oposição o que ele considera planos desestabilizadores ou antidemocráticos.
Com informação EFE
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