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RENATO SANTOS 04/09/2019 A maconha pode ser legalizada no Brasil para uso medicinal e recreativo nos moldes do Uruguai. Legalizar a maconha no Brasil pode sair pela culatra.
No Uruguai a qual a imprensa brasileira não publica as farmácias estão levando seus maiores prejuízos, não vemos com bons olhos a PL 10.549, e sim ima iniciativa para seu uso descriminado pelos traficantes.
Quando as vendas começam, os clientes são atendidos um de cada vez e colocam o dedo no leitor de impressão digital para provar que estão registrados para a compra e que ainda não atingiram o limite mensal.
Eles entregam, então, o dinheiro. O pagamento tem de ser em espécie, explica Llano, porque essa é a condição que o banco exige para manter a conta de sua farmácia aberta.
A posição oficial da instituição financeira é de que não trabalha com empresas ligadas a cannabis e que continuará a fechar as contas de tais companhias "quando necessário".
A justificativa para a mudança na lei era levar os consumidores do mercado ilegal para um novo comércio legalizado. Mas as filas fora das farmácias sugerem que, no mercado legal, a oferta não está atendendo à demanda.
Muita demanda, pouca oferta
"No Uruguai, ninguém jamais havia cultivado maconha em grande escala", afirma Diego Olivera, secretário-geral do Conselho Nacional de Drogas do Uruguai, que também supervisiona o órgão regulador de cannabis, o IRCCA.
Ele diz que as empresas de cannabis estão mais experientes agora, e a expectativa é de que "sejam capazes de produzir em um ritmo mais acelerado".
A IRCCA também planeja emitir quatro ou cinco novas licenças para cultivo de maconha para uso recreativo, já que apenas duas empresas estão autorizadas a produzir atualmente.
Oliver admite que a abordagem do Uruguai para liberação foi mais cautelosa do que a de alguns Estados americanos em que a maconha foi legalizada.
Isso significa que as vendas da erva para uso recreativo não estão gerando grandes lucros para as empresas envolvidas.
O governo oferece muito mais apoio às companhias que cultivam maconha para uso medicinal, que também foi legalizado pela lei de 2013.
Os produtores locais estão tentando aproveitar essa oportunidade. A ICC Labs, uma das duas empresas licenciadas para cultivar maconha para uso recreativo, também está envolvida com maconha medicinal, que tem margens de lucro mais altas e um número crescente de potenciais mercados para exportação.
Para isso, um projeto de lei (PL 10.549/18) que autoriza, entre outras medidas, o plantio da cannabis e o porte no Brasil de “até 40 gramas não prensadas” já foi apresentado na Câmara dos Deputados.
O autor da proposta, deputado Paulo Teixeira (PT/SP), disse estar seguindo a tendência internacional para a regulamentação da planta e ter se inspirado “em experiências bem sucedidas como Uruguai, EUA, Espanha e Portugal”.
O tema é polêmico e vem sendo constantemente objeto de audiências públicas.
E nesta quarta-feira, por meio do Twitter, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) disse defender a legalização da maconha.
“Eu, pessoalmente, defendo a legalização da maconha, assim como ministro Barroso também defende”, disse Kim.
Em seguida, ele assegurou que tem consciência de que não possui votos suficientes para aprovar essa pauta.
A declaração foi feita na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Nas redes sociais, o posicionamento do parlamentar do MBL está gerando fortes críticas.
Internautas acusam o líder do MBL de ter sido eleito com votos de conservadores, mas que agora está 'traindo' a agenda do eleitorado.
No Uruguai o preço é alto, O preço - equivalente a cerca de R$ 25 por um pacote de cinco gramas - também é definido pelo órgão regulador.
O dono de farmácia Gabriel Llano revela que só recebe cerca de 20% do valor de cada pacote que vende, embora haja uma margem de lucro maior em produtos relacionados, como lanches e papel para enrolar cigarros, o que é um pouco incomum de se ver em uma farmácia.
Ainda no País, há um limite, O sistema é rigorosamente controlado. Os consumidores precisam se registrar na entidade reguladora e podem comprar até 10 gramas por semana, o suficiente para cerca de 20 cigarros de maconha.
O órgão regulador também controla o quão forte é a droga. O nível de THC - componente psicoativo da cannabis — é limitado e equilibrado com o nível de CBD, outro composto da erva que teria efeito calmante.
Nas farmácias, há apenas quatro variedades diferentes disponíveis para compra - nenhuma delas é particularmente forte.
Fonte BBC 10/04/2019
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