RENATO SANTOS 03/08/2018 Pesquisadora do Instituto de Bioética Direitos Humanos e Gênero (ANIS), Debora Diniz, ao se posicionar na audiência pública realizada nesta sexta-feira (3), no Supremo Tribunal Federal, apresentou dados da Pesquisa Nacional do Aborto a respeito do perfil das mulheres que abortam no país.
Um dos dados mais marcantes do material, segundo Debora, é que uma em cada cinco mulheres aos 40 anos já fez ao menos um aborto na vida.
A maioria fez aborto quando jovens, entre 20 e 24 anos, e hoje já tem filhos. “Sabe o significado e a seriedade da maternidade, é alguém que aborta porque vive o cuidado maternal e se vê diante do imperativo de não ser capaz, por diversas razões, de levar adiante uma gestação”, explicou.
Também de acordo com a pesquisa, 56% professam a religião católica e 25% são evangélicas. “Nós as conhecemos na casa ou na comunidade. Aos domingos na igreja ou no culto. Ela é a mulher comum brasileira”, disse. A abstração dos números, de acordo com a pesquisadora, esconde que, apesar do aborto ser um evento comum na vida das mulheres, há uma distribuição desigual do risco com a maior concentração entre as mulheres mais jovens, mais pobres, nortistas e nordestinas, negras e indígenas. “São aquelas mulheres que enfrentam o aborto com uma desproteção integral do Estado brasileiro aos seus direitos fundamentais”, frisou.
Por fim, Debora Diniz salientou que não deve haver discussão sobre a razoabilidade das razões de uma mulher ter o direito de abortar até a 12ª semana, assim como também não deve ser discutida a decisão de uma mulher vítima de estupro resolver manter a sua gestação se essa for a sua vontade ou sua profissão de fé. “Esse é o Estado Democrático que buscamos”, finalizou.
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