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RENATO PEREIRA DOS SANTOS FILHO Experiência 1988 Fotógrafo Diário de Guarulhos 1989 Entrevistador Jornal da Liga Árabe de Guarulhos 1990 Entrevistador Jornal do Brás e Federação do Truco Estado de São Paulo 1992 Redator, Fotografo da Gazeta Central de Publicidade e Jornalismo Ltda 1995 - 2.000 Professor Secretária do Estado de São Paulo PEB II 2.001 Arquivista Escritório Doutor Cornélio José Silva 2007 Auxiliar de Escritório Doutor Cornélio José Silva 2009 Arquivista Escritório Jose Maria Zey 2010 - 2012 Escritório do Doutor Cornélio José Silva 2013 -atual Blogueiro Escolaridade • Escola Estadual Professor Cyro Barreiros • Escola Estadual Salim Mudeh • Escola estadual romano Puggiari • Universidade Mogi as Cruzes ( Jornalismo Incompleto 1995) • Universidade Ung Letras ( Incompleto) • Uninove Vergueiro Ciência Jurídica ( trancado) • • Cursos com certificados OAB Certificado do curso/palestra Jurídicas 13 de julho 2005 OAB CERTIFICADO DO CURSO/PALESTRA A POLICIA JUDICIÁRIA NO ESTADO DEMOCRÁTICO E O INQUÉRITO POLICIAL À LUZ DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL SETEMVRO 2005 TELECENTRO PREFEITURA DE SÃO PAULO CERTIFICADO E CURSO DE INTRODUÇÃO À HTML E OUTRAS LINGUAGENS DE COMPUTAÇÃO DEZEMBRO DE 2005 OAB CERTIFICADO/CURSO INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA NO CÓDIGO DE DESESA DO CONSUMIDOR MAIO DE 2006 OAB CURSO E CERTIFICADO LOCAL DE CRIME O CADÁVER, A FAUNA CADAVÉRICA E A PERÍCIA JUNHO DE 2008 ACADEMIA INTERNACIONAL DE DIREITO E ECONOMIA SETEMBRO 2008 CENTRAL DE CURSO DE RECOLOCAÇÃO E MARKETING ADMINISTRAÇÃO PROFISSIONAL DEZEMBRO DE 2008 IBCCRIM RESPONSABILIDADE PENAL NOS CRIMES DA DITATURA MILITAR 2008 USP UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DEZEMBRO DE 2008 60 ANOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS CIEE PERSPESCTIVAS DO S ETOR DE HABITAÇÃO 2009 EAD FUG CURSO DE FORMAÇÃO POLITICA 2010 CURSO DE PROFESSOR E A CRITIVIDADE IPC GUARULHOS 2016 FACULDADE FIA DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS CENARIOS 20/25 FEVEREIRO 2020 CURSO DE PORTEIRO CB0 5174-10 2020 CURSO DE TEOLOGIA SISTEMÁTICA/MISSIOLOGIA/HISTÓRICO DA IGREJA/SERMÃO/LITURGIA DE CULTO 2020 - 2021 INSTITUO BÍBLICO DA 1.ª IGREJA PRESBITERIANA CONSERVADORA DE GUARULHOS DESCRIÇÃO DOS CURSOS: Calculo trabalhistas Cálculo da Previdência Contratos Petições Iniciais ( civil trabalhista Criminal e Previdenciária) Todos administrados pelo Dr. Cornélio José Silva e supervisionados Gestão de Conflitos Pessoais e marketing administrados por Dr. Cornélio Na área de Jornalismo marketing A Importância do marketing Orientação da empresa para o mercado, Conceitos, tendências e tarefas fundamentais de marketing , análise Swot, sistema de marketing de pesquisa Liderança para às seguintes áreas profissional: Jornalismo/Publicidade, Advocacia /Politica Liderança e produtividade a função utilização em Administração e recursos Humanos para todas às área dentro de seus conceitos e preceitos objetivos críticos construtivos ou não. Desafios para a Gestão de Pessoas Gestão de qualidade os desafios atuais da gestão da advocacia e jornalismo para qualidade total

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

O QUE ESTA ERRADO NAS IGREJAS NEO PENTECOSTAIS <<>> O RADICALISMO QUE É PREJUDICIAL <<>> SENTEM COMICHÕES NOS OUVIDOS E NÃO HÁ DOUTRINA BÍBLICA E SIM DE HOMENS UM ERRO





RENATO SANTOS 18/01/2017   Tudo o que se lava ao radicalismo só leva ao erro , "só na minha religião Deus salva", "aqui o Espírito Santo fala", "o  Vaso é usado", "vem receber uma benção" , palavras fáceis de convencer as pessoas fracas na fé ou que não há EXPERIENCIA COM DEUS. 



E pior presas fáceis de ser enganadas, isso não é CRISTIANISMO  e sim radicalismo e perigoso, são os chamados servo inútil que não serva para nada e lotam suas sinagogas com mentiras e até se for possível com as ilusões de curas, entre outras coisas. 

São os chamados neo pentecostais que saíram de suas igrejas pentecostais por não aceitar as doutrinas delas e infelizmente também de algumas tradicionais.

O objetivo deste estudo é refletir sobre um fenômeno recente e controvertido do cenário religioso do Brasil que é o movimento neopentecostal. 

Esse movimento é importante por causa do grande impacto que tem causado e pela visibilidade que tem adquirido nos últimos anos na sociedade brasileira. 

Os métodos arrojados e agressivos da Igreja Universal do Reino de Deus, o estilo de vida sofisticado do casal que dirige a Igreja Renascer em Cristo, os onipresentes programas de televisão das igrejas neopentecostais, os testemunhos de fé de artistas, atletas e outras celebridades, tudo isso e muito mais tem contribuído para tornar esse movimento conhecido e discutido.

O impacto do neopentecostalismo tem sido particularmente sentido pelas igrejas evangélicas do Brasil. 

O protestantismo brasileiro não é mais o mesmo desde que surgiu o novo movimento. Esse impacto tem sido experimentado de duas maneiras: primeiramente, muitas igrejas, sejam elas históricas ou pentecostais, têm perdido membros para o neopentecostalismo; em segundo lugar, essas igrejas, especialmente as históricas ou tradicionais, tem sido influenciadas em sua teologia, liturgia e organização pelas práticas neopentecostais. O “sucesso” do novo movimento tem sido especialmente cativante para os líderes de muitas igrejas, levando-os a acreditar que, se adotarem os mesmos métodos e ênfases, suas igrejas também irão obter o tão sonhado crescimento.

O objetivo deste estudo não é simplesmente criticar ou condenar o movimento neopentecostal como um todo. 

A Igreja Presbiteriana do Brasil já tem se pronunciado oficialmente sobre a questão, reconhecendo que as igrejas neopentecostais são cristãs e são evangélicas. 

Todavia, tais igrejas apresentam desvios ou distorções em seus ensinos e práticas que as afastam do cristianismo histórico em alguns aspectos e que, mais especificamente, as põem em conflito com a fé reformada.[1] 

À luz da Confissão de Fé de Westminster, podemos considerá-las como “igrejas menos puras”. 

Diz a Confissão de Fé que a Igreja de Cristo “tem sido ora mais, ora menos visível. 

As igrejas particulares, que são membros dela, são mais ou menos puras conforme nelas é, com mais ou menos pureza, ensinado e abraçado o Evangelho, administradas as ordenanças e celebrado o culto público. As igrejas mais puras debaixo do céu estão sujeitas à mistura e ao erro...” ( cap. 25, itens IV e V).

Por outro lado, essa reflexão deve conduzir-nos a uma séria autocrítica e ao reconhecimento de que o novo movimento tem ocupado espaços que já deveriam ter sido ocupados pelas igrejas mais antigas, inclusive a presbiteriana. 

Portanto, o propósito desta análise é tríplice: conhecer melhor o neopentecostalismo em seus diferentes ângulos; identificar os seus pontos fracos nas áreas já aludidas; apontar maneiras como melhor se pode enfrentar esse desafio e quais as áreas em que as igrejas reformadas devem progredir.

É importante ressaltar que não se pretende nem é possível neste breve estudo fazer uma análise profunda e exaustiva do neopentecostalismo. Para tomar apenas a área da doutrina, existem dezenas de questões altamente complexas sobre os quais muitos livros têm sido escritos. O interesse primordial é dar uma visão ampla do movimento e destacar os seus aspectos mais relevantes no que diz respeito à igreja presbiteriana.

Inicialmente será feita uma breve abordagem histórica, destacando alguns exemplos interessantes de movimentos “carismáticos” ao longo da história da igreja até se chegar ao pentecostalismo brasileiro. Em seguida, se fará um apanhado das principais peculiaridades desse movimento nas áreas da teologia, culto, métodos, liderança e ética. Procurar-se-á avaliar esses pontos à luz das Escrituras e da fé reformada.

1. Aspectos históricos

São mencionados a seguir alguns poucos exemplos ilustrativos de movimentos e fenômenos carismáticos extraídos da história da igreja.

1.1 A igreja primitiva

1.1.1 Corinto

Já nos dias da igreja primitiva houve a ocorrência de manifestações que hoje chamamos de carismáticas. 

O exemplo clássico é o da comunidade cristã de Corinto. Como todos sabem, naquela igreja apostólica houve manifestações extraordinárias de línguas, profecias e outros fenômenos. Todavia, tais manifestações estavam diretamente associadas com muitos dos problemas e conflitos vividos por aquela comunidade. 

Era como se os dons do Espírito, ao invés de serem um fator de união, estivessem sendo um fator de divisão no corpo de Cristo. 

Portanto, desde o início os fenômenos carismáticos foram um elemento tanto de vitalidade quanto de controvérsia no seio da cristandade. 

Curiosamente, tais fenômenos espetaculares parecem ter estado especialmente ligados à igreja de Corinto. 

Pouco se diz a respeito dos mesmos nos outros documentos do Novo Testamento (por exemplo, as línguas são mencionadas apenas em Mc 16.17; At 2.3-11; 10.46; 19.6; e 1 Co 12-14). Parece que nas outras igrejas apostólicas, essas manifestações eram inexistentes, moderadas ou exercidas de modo mais equilibrado e menos egocêntrico do que em Corinto.

1.1.2 Montanismo

Com o passar do tempo, o exercício dos ministérios e dons carismáticos entrou em declínio na vida da igreja. Uma das razões principais foi a luta contra as heresias que caracterizou os primeiros séculos do cristianismo. 


Houve casos em que as manifestações carismáticas estavam associadas com ensinos e práticas que a igreja antiga considerou divergentes da fé bíblica e apostólica. 

Um bom exemplo disso foi o movimento conhecido como montanismo ou “nova profecia”, que surgiu por volta do ano 157 na Frígia, uma província da Ásia Menor. 

Dizendo-se inspirado pelo Espírito Santo, um cristão chamado Montano começou a profetizar extaticamente, sendo seguido por duas profetizas, Priscila e Maximila. Eles afirmavam serem os últimos de uma linhagem de profetas e convocaram os crentes a se prepararem para a descida da Jerusalém Celestial. 

O montanismo teve algumas ênfases positivas (o Espírito Santo, a santidade da igreja) e chegou a atrair um grande teólogo, Tertuliano, que abraçou o movimento. 

Ao fim, todavia, a “nova profecia” foi rejeitada pela igreja, principalmente por seu emocionalismo, desobediência às autoridades da igreja e revelações extrabíblicas. Os profetas montanistas afirmavam receber comunicações diretas de Deus, e as suas profecias ou oráculos eram considerados como normativos pelos seguidores, praticamente no mesmo nível das Escrituras. 

Além disso, foram acusados de falsas profecias, pois suas previsões acerca do iminente final dos tempos não se cumpriram. Mesmo assim, o montanismo subsistiu por vários séculos.

Durante a Idade Média, continuaram a surgir movimentos esporádicos que tinham as mesmas características básicas do montanismo. Mais tarde, com a Reforma do século 16, também houve ocorrências similares entre grupos protestantes, como foi o caso de alguns anabatistas e dos quakers. 


Os quakers surgiram na Inglaterra, no século 17, sob a liderança de George Fox (1624-1691), que pregou a mensagem da “nova era do Espírito.” O movimento enfatizava a “luz interior,” ou comunicações diretas do Espírito, que eram tão importantes quanto as Escrituras. Nas suas reuniões, os quakers aguardavam que o Espírito Santo falasse a eles e através deles.

1.2 O século 19

1.2.1 Edward Irving

Um interessante exemplo do início do século 19 é o de Edward Irving (1792-1834), considerado um dos precursores do moderno movimento carismático.[2] Irving era um pastor da Igreja Presbiteriana da Escócia que se transferiu para Londres após um ministério inicial em Glasgow. Logo, seus dotes de oratória, seu carisma pessoal e suas mensagens ungidas começaram a atrair grandes multidões à igreja que pastoreava. Ele passou a fazer parte de um grupo que se reunia para estudar escatologia. Convicto da iminente volta de Cristo, o grupo passou a orar por um derramamento do Espírito. 


No início da década de 1830, após surgirem algumas manifestações carismáticas na Escócia, houve a ocorrência de línguas e profecias na igreja de Irving, que as considerou uma obra do Espírito Santo. Em 1832, Irving foi afastado do pastorado da igreja, sendo acompanhado por cerca de 600 seguidores, que criaram uma nova denominação, a Igreja Católica Apostólica, caracterizada por uma eclesiologia complexa e uma liturgia altamente elaborada, além da sua ênfase carismática. 

No ano seguinte, Irving foi deposto do ministério sob acusação de heresia. Ele afirmava que Cristo havia nascido com uma natureza humana pecaminosa, que foi, todavia, preservada sem pecado e incorruptível graças à atuação do Espírito Santo. 

No final de 1834, Irving veio a falecer com apenas 42 anos, vitimado pela tuberculose. Nos seus últimos meses de vida, ele estava convicto de que seria curado da sua enfermidade; porém, a cura não veio e ele deixou de tomar precauções que talvez pudessem ter evitado sua morte prematura.

1.2.2 Miguel Vieira Ferreira

Um exemplo mais próximo de um movimento com características carismáticas é aquele ligado ao Dr. Miguel Vieira Ferreira (1837-1885), um antigo membro da Igreja Presbiteriana do Rio Janeiro. Dr. Miguel era membro de uma família aristocrática do Maranhão e formou-se em engenharia na então capital do império. Antes de ingressar na Igreja Presbiteriana, havia tido contatos com o espiritismo. Foi recebido como membro da Igreja do Rio de Janeiro em 1874, durante o pastorado do Rev. Alexander L. Blackford. No início, teve um comportamento incomum. Certa vez, terminado o culto, permaneceu cerca de meia hora totalmente imóvel, sem poder mover as mãos ou os pés e abrir os olhos. Mais tarde, foi eleito presbítero e acompanhou o Rev. Blackford em viagens evangelísticas. O pastor-auxiliar da Igreja do Rio, Rev. Dilwin M. Hazlett, ocupado que estava com uma tipografia de sua propriedade, deixou o Dr. Miguel ocupar o púlpito da igreja. Este começou a fundamentar o seu ensino em sonhos e visões, pretendendo ter revelações diretas do céu (“Deus fala e quer falar de viva voz aos homens”). Em 1879, foi suspenso do presbiterato e da comunhão. Ele deixou a igreja presbiteriana com outros 27 membros e fundou a Igreja Evangélica Brasileira, que perdura até os dias atuais.[3]

1.3 O século 20

1.3.1 O pentecostalismo

O início do século 20 testemunhou um dos eventos mais marcantes da história do cristianismo. Fenômenos que até então haviam ocorrido um tanto esporadicamente, entre grupos minoritários, passaram a ser parte de um influente e vasto movimento composto de milhões de adeptos. Em muitos países, os pentecostais passaram a constituir a grande maioria dos evangélicos.

O pentecostalismo resultou de uma somatória de influências: o movimento pietista do século 18, os grandes despertamentos nos Estados Unidos, o metodismo de João Wesley e, mais especificamente, o chamado movimento de “santidade” (holiness) do final do século 19. A busca de avivamento e de santificação, ao lado de uma forte expectativa do final dos tempos, levou muitos cristãos à convicção de que haveria um derramamento especial do Espírito Santo, evidenciado pela ocorrência de manifestações sobrenaturais semelhantes àquelas mencionadas no Novo Testamento.[4]

Um importante pioneiro foi Charles Fox Parham (1873-1929), que fora criado em igrejas metodistas e “holiness,” e passou a ensinar aos seus alunos no Kansas e no Texas que os crentes deviam esperar um batismo “com o Espírito Santo e com fogo”. O evangelista R. A. Torrey (1856-1928), outrora companheiro de Dwight L. Moody, fez uma turnê mundial de reavivamento que teve o efeito de aproximar muitas pessoas que mais tarde iriam participar do movimento pentecostal. 


Finalmente, o evento decisivo ocorreu em um reavivamento iniciado em 1906 na Missão Fé Apostólica, na Rua Azusa, em Los Angeles, onde um ex-aluno de Parham, o pregador negro William J. Seymour (1870-1922) iniciou uma longa série de reuniões que enfatizavam o falar em línguas como evidência do batismo com o Espírito Santo, a marca registrada do pentecostalismo. Logo, o movimento difundiu-se para outras cidades norte-americanas (especialmente Chicago) e para outros países.

1.3.2 O pentecostalismo no Brasil

Pouco tempo depois do seu surgimento nos Estados Unidos o movimento pentecostal chegou ao Brasil. Quase que simultaneamente, duas igrejas pentecostais iniciaram suas atividades em solo brasileiro, uma no sul e a outra no norte do país. Em poucas décadas, esse movimento haveria de transformar de modo permanente e profundo a face do protestantismo nacional.

Em um conhecido ensaio sobre o pentecostalismo brasileiro, Paul Freston observa que a história desse movimento pode ser dividida em três “ondas” de implantação de igrejas.[5] A primeira onda iniciou-se na década de 1910, com a chegada da Congregação Cristã no Brasil (1910) e da Assembléia de Deus (1911). A Congregação Cristã foi fundada pelo italiano Luigi Francescon (1866-1964), que emigrou para os Estados Unidos, converteu-se ao evangelho, tornou-se um dos fundadores da Igreja Presbiteriana Italiana, em Chicago, e eventualmente foi alcançado pelo nascente movimento pentecostal. Chegou ao Brasil em 1910, em resposta a uma profecia para que levasse a obra pentecostal aos seus patrícios. Iniciou as suas atividades entre imigrantes italianos residentes em São Paulo e Santo Antonio da Platina, no Paraná. Já a Assembléia de Deus brasileira resultou dos esforços de dois suecos de origem batista, Gunnar Vingren (1879-1933) e Daniel Berg (1885-1963), que igualmente emigraram para os Estados Unidos e foram alcançados pelo movimento pentecostal na cidade de Chicago. Os dois obreiros fixaram-se em Belém do Pará, onde passaram a freqüentar a igreja batista, cujo pastor também era de nacionalidade sueca. Alguns meses mais tarde, a mensagem pentecostal de Vingren e Berg produziu um cisma na igreja, surgindo assim o primeiro grupo da nova denominação.

Essas igrejas virtualmente dominaram o campo pentecostal durante 40 anos, pois as suas rivais eram poucas e inexpressivas.[6] Das duas pioneiras, a Assembléia de Deus foi a que mais se expandiu numérica e geograficamente, a ponto de ser praticamente a única expressão do protestantismo em alguns estados do norte.[7] A Congregação Cristã no Brasil, após um período em que ficou mais limitada à comunidade italiana, sentiu a necessidade de assegurar a sua sobrevivência por meio do trabalho entre os brasileiros.[8] Após um rápido crescimento inicial, foi ultrapassada pela Assembléia de Deus no final dos anos 40.

A segunda onda pentecostal ocorreu na década de 50 e início dos anos 60, quando o campo pentecostal se fragmentou e surgiram, entre muitos outros, três grandes grupos ainda ligados ao pentecostalismo clássico: a Igreja do Evangelho Quadrangular (1951), a Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo (1955) e a Igreja Pentecostal Deus é Amor (1962), todas elas acentuando de maneira especial a cura divina. Essa segunda onda começou quando a urbanização e o surgimento de uma sociedade de massas possibilitam um crescimento pentecostal que rompeu com as limitações dos modelos existentes, especialmente em São Paulo. Freston argumenta que o estopim foi a chegada da Igreja Quadrangular, com seus métodos arrojados, forjados precisamente no berço dos modernos meios de comunicação de massa, a Califórnia do período entre as duas guerras mundiais.[9] Todavia, quem lucrou com o novo modelo, no primeiro momento, não foi a Igreja Quadrangular, excessivamente estrangeira, e sim a sua criativa dissidência nacionalista, a Igreja O Brasil para Cristo.

A Igreja do Evangelho Quadrangular foi fundada nos Estados Unidos pela controvertida evangelista Aimee Semple McPherson (1890-1944) e chegou ao Brasil através do missionário Harold Williams, um ex-ator de filmes de faroeste, que fundou a primeira igreja em novembro de 1951 em São João da Boa Vista, São Paulo. 


Em 1953 teve início a Cruzada Nacional de Evangelização, sendo Raymond Boatright o principal evangelista. Desde então a Igreja Quadrangular tem crescido constantemente, sendo uma de suas peculiaridades a forte ênfase dada ao ministério feminino.[10]

Um dos primeiros pastores da Igreja Quadrangular brasileira foi um ex-evangelista da Assembléia de Deus chamado Manoel de Mello. Em 1956, ele separou-se da Cruzada Nacional de Evangelização, organizando a campanha “O Brasil Para Cristo”, da qual eventualmente surgiu a igreja de mesmo nome. Manoel de Mello surpreendeu o mundo evangélico em 1969, quando filiou a sua igreja ao Conselho Mundial de Igrejas, filiação essa que perdurou até 1986.[11] Em 1979, a Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil Para Cristo inaugurou o seu gigantesco templo em São Paulo, sendo orador oficial Philip Potter, secretário-geral do CMI, e estando entre os presentes o cardeal arcebispo de São Paulo, D. Paulo Evaristo Arns.[12]

Outra importante denominação da segunda onda pentecostal, a Igreja Deus é Amor, foi fundada por David Miranda (nascido em 1936), filho de um agricultor do Paraná. 


Vindo para São Paulo, converteu-se numa pequena igreja pentecostal e em 1962 iniciou a sua igreja em Vila Maria. Pouco depois, a igreja transferiu-se para o centro da cidade e em 1979 foi adquirida a “sede mundial” da Baixada do Glicério, um dos maiores templos evangélicos do Brasil, com capacidade para dez mil pessoas.[13]

A terceira onda histórica do pentecostalismo brasileiro começou no final dos anos 70 e ganhou força na década de 80. Sua representante máxima é a Igreja Universal do Reino de Deus (1977), mas existem outros grupos expressivos como a Igreja Internacional da Graça de Deus (1980), as Comunidades Evangélicas, Igreja Renascer em Cristo, Comunidade Sara Nossa Terra, etc. Segundo Paul Freston, essas igrejas representam “uma atualização inovadora da inserção social e do leque de possibilidades teológicas, litúrgicas, éticas e estéticas do pentecostalismo”.[14] 


A terceira onda começou após a modernização autoritária do país, principalmente na área das comunicações, quando a urbanização já atingia dois terços da população, o milagre econômico estava exaurido e iniciava-se a “década perdida” dos anos 80. 

A onda começou e se firmou no Rio de Janeiro economicamente decadente, com sua violência, máfias de jogo e política populista. O novo pentecostalismo, também denominado “pentecostalismo autônomo”[15] por alguns estudiosos, adaptou-se facilmente à cultura urbana influenciada pela televisão e pela ética da nova geração. Uma das características do movimento é o uso inteligente dos meios de comunicação de massa, nacionalizando um pentecostalismo bem-sucedido nos Estados Unidos.[16]

Uma importante precursora dos grupos neopentecostais foi a Igreja de Nova Vida, fundada pelo canadense Robert McAlister, que rompeu com a Assembléia de Deus em 1960. A Nova Vida foi pioneira de um pentecostalismo de classe média, menos legalista, e investiu fortemente na mídia. Foi também a primeira igreja pentecostal a adotar o episcopado no Brasil. Sua maior contribuição foi ter sido um “estágio” para futuros líderes. Trabalhou com homens um pouco mais cultos e conhecedores do mundo que os líderes da primeira e segunda ondas, e sugeriu-lhes um modelo pentecostal mais culturalmente solto. Deu-lhes também uma formação indispensável para que se tornassem independentes: segundo um ex-pastor, “a primeira coisa que aprendi na Nova Vida foi como levantar uma boa oferta”.[17] Em sintonia com isso, a mensagem devia ser sempre positiva. Era o transplante do que havia de mais recente na religião americana, no estilo dos novos pregadores televisivos. A Vida Nova foi berço de três grupos da terceira onda: a IURD, a Igreja Internacional da Graça de Deus (fundada por Romildo R. Soares, cunhado de Edir Macedo, após um cisma na IURD) e a Igreja Cristo Vive.

Uma influência significativa na Igreja de Vida Nova e no surgimento do movimento neopentecostal como um todo foi a incipiente renovação carismática norte-americana. Esse movimento surgiu de modo distinto no início dos anos 60 com a ocorrência de fenômenos pentecostais fora das estruturas denominacionais do pentecostalismo clássico, ou seja, nas chamadas igrejas históricas e em grupos não denominacionais.[18] No Brasil, a chamada “renovação” produziu divisões em quase todas as igrejas históricas, com a criação de grupos como a Igreja Batista Nacional, a Igreja Metodista Wesleyana e a Igreja Presbiteriana Renovada. Para tornar esse quadro ainda mais complexo, os anos 60 também testemunharam o aparecimento da “renovação carismática católica”, que, apesar de uma relação nem sempre fácil com a hierarquia, tem adquirido crescente visibilidade em anos recentes. Em contraste com o pentecostalismo clássico, o movimento carismático, seja em sua modalidade evangélica ou católica, tem atraído principalmente pessoas de classe média, daí a sua maior preocupação com o decoro e a respeitabilidade do que se vê nos grupos populares.

Ao lado das manifestações espirituais extraordinárias como glossolália, curas, profecias e exorcismo, os carismáticos e neopentecostais brasileiros caracterizam-se por uma forte ênfase na “teologia da prosperidade,” outra influência norte-americana, difundida por líderes como Kenneth Hagin e Benny Hinn. Este tem sido um dos principais elementos do maior fenômeno ocorrido no protestantismo brasileiro nas últimas décadas: a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).[19] A igreja foi fundada por Edir Macedo (nascido em 1944), filho de um comerciante fluminense. Macedo trabalhou por 16 anos na Loteria do Estado do Rio de Janeiro, período em que subiu de contínuo até um cargo administrativo. De origem católica, ele ingressou na Igreja de Nova Vida na adolescência, deixando essa igreja para fundar a sua própria, inicialmente denominada Igreja da Bênção. Em 1977, deixou o emprego público para dedicar-se integralmente ao trabalho religioso. Nesse mesmo ano surgiu o nome Igreja Universal do Reino de Deus e o primeiro programa de rádio. Macedo residiu nos Estados Unidos de 1986 a 1989. Quando retornou ao Brasil, transferiu a sede da igreja para São Paulo e adquiriu a Rede Record. Em 1990, a IURD elegeu três deputados federais. Macedo esteve preso por doze dias em 1992, sob a acusação de estelionato, charlatanismo e curandeirismo.[20] O acontecimento que deu maior publicidade à IURD nos últimos anos foi o episódio do “chute na santa,” quando, em um programa de televisão transmitido em 12 de outubro de 1995, o bispo Sergio von Helde referiu-se de modo desairoso à virgem Maria, dando alguns chutes numa imagem da mesma.[21]

Outro grupo neopentecostal que também dá grande ênfase à teologia da prosperidade e tem despertado muito atenção da imprensa nos últimos meses é a Igreja Renascer em Cristo, fundada em 1985 pelo “apóstolo” Estevam Hernandes e sua esposa, a bispa ou “episcopisa” Sônia Hernandes. À semelhança de outros líderes pentecostais, Estevam teve uma origem humilde como filho de um jardineiro de cemitério e começou a trabalhar aos 7 anos, fazendo carreto em feiras livres. Mais tarde, desiludido com o catolicismo, filiou-se a uma igreja pentecostal, onde conheceu a futura esposa. Sete anos depois, casaram-se e decidiram fundar sua própria igreja, que hoje conta com cerca de 50 mil fiéis e mais de 200 templos.[22] À semelhança dos pastores da IURD, o casal Hernandes tem grande habilidade em conseguir contribuições dos fiéis; todavia, ao contrário de Edir Macedo, ostenta com orgulho sinais de riqueza, como roupas caras, jóias e automóveis importados. O casal é proprietário da rentável Rede Gospel de Comunicação e procurou assumir o controle da Rede Manchete de televisão.

Devido às suas características intrínsecas e à sua capacidade de adaptação às necessidades e expectativas de vastos setores da população brasileira, o movimento neopentecostal está longe de perder o seu ímpeto. É possível que surjam novos segmentos e os antigos grupos tomem rumos ainda insuspeitados.

2. Características do neopentecostalismo

Obviamente, o neopentecostalismo ou “pentecostalismo autônomo”[23] partilha das mesmas convicções, valores e práticas do pentecostalismo clássico: ênfase nos dons espirituais, especialmente os mais extraordinários (línguas, profecias, curas); forte emotividade, especialmente nos cultos; ênfase à pessoa e atividade do Espírito Santo; valorização da figura do líder (o “ungido do Senhor”); preocupação constante com as forças do mal; e grande ênfase ao conceito de “poder.”

Todavia, os grupos neopentecostais distinguem-se da sua matriz ou por darem uma ênfase incomum a determinados aspectos da herança pentecostal (por exemplo, curas, revelações e exorcismo), ou por adotarem novas idéias e práticas, muitas delas provindas dos Estados Unidos (como batalha espiritual, o “evangelho” da prosperidade, maldição hereditária e assim por diante). Aliás, um dos traços mais marcantes do neopentecostalismo é sua criatividade, sua capacidade de inovação. No esforço de manter o interesse dos fiéis e evitar a rotina, continuamente são apresentados novos slogans, ensinos e práticas. O melhor exemplo é a Igreja Universal do Reino de Deus, com suas correntes de oração e suas campanhas de prosperidade (por exemplo, a “fogueira santa de Israel”).

É curioso como a América do Norte continua a ser a fonte de inspiração para os neopentecostais brasileiros, assim como o foi e continua sendo para os pentecostais clássicos. Autores e pregadores como Kenneth Hagin, Morris Cerullo e Benny Hinn têm exercido poderosa influência através dos seus livros, vídeos, programas de televisão e visitas ao Brasil. Benny Hinn tem sido especialmente influente por encarnar alguns dos valores mais apreciados em muitos círculos neopentecostais, como o sucesso e a prosperidade, apesar de muitos de seus ensinos serem questionados por diferentes observadores. Há alguns anos os fenômenos ocorridos na famosa Igreja do Aeroporto de Toronto, no Canadá, também despertaram enorme curiosidade e desejo de imitação. Essa igreja inicialmente estava filiada ao ministério Vineyard, fundado por John Wimber na Califórnia, sendo depois desligada do mesmo devido aos seus excessos. A chamada “bênção de Toronto” incluía práticas como gargalhadas incontroláveis (o “riso santo”), cair no Espírito, ficar estendido no carpete, emitir sons de animais (urros, latidos), tudo supostamente como conseqüência da presença do Espírito Santo.

Vejamos de modo mais específico algumas características neopentecostais nas áreas doutrinária e prática.

2.1. Atitude quanto às Escrituras

A questão básica, da qual decorrem todas as demais, tem a ver com o lugar ocupado pelas Escrituras na teologia das igrejas neopentecostais. Três fatores, entre outros, contribuem para tornar relativo o valor das Escrituras em muitas igrejas:

(a) A ênfase na experiência: quando a experiência pessoal se torna um critério de verdade, a Escritura tende a ficar em segundo plano; se, por exemplo, uma determinada prática produz resultados ou faz a pessoa sentir-se bem, isso é o que importa.

(b) O apelo a revelações: obviamente, se alguém acredita que Deus continua a revelar-se de maneira direta, imediata, isso tende a relativizar as Escrituras; elas não mais são a revelação final de Deus, a única regra de fé e prática para o crente. Quando um pregador diz “o Senhor me revelou ou o Senhor me mostrou isso ou aquilo”, tudo pode acontecer, e é proibido questionar, pois é palavra do Senhor.

(c) Uso questionável das Escrituras: quando as Escrituras são utilizadas, muitas vezes isso é acompanhado de interpretações tendenciosas, uso seletivo de certas passagens ou ênfases inadequadas. Muitos ensinos e práticas neopentecostais têm alguma fundamentação bíblica, mas recebem uma ênfase muito maior do que se vê nas próprias Escrituras, no ensino de Cristo e dos apóstolos ou na prática da igreja primitiva. Veremos adiante alguns exemplos disso.

Nesse aspecto, os reformadores do século 16 têm muito a nos ensinar:

Em primeiro lugar, com o seu princípio fundamental de “sola Scriptura”. Ou seja, reagindo contra as tradições extrabíblicas do catolicismo medieval, os reformadores afirmaram que somente a Escritura deve ser a norma, o padrão de fé e de conduta para o cristão. Tudo o que não está de acordo com as Escrituras ou que não pode ser claramente fundamentado nelas, deve ser firmemente rejeitado.

Em segundo lugar, através de princípios saudáveis e equilibrados de interpretação bíblica: não isolar o texto do seu contexto, considerar o que a Bíblia inteira diz acerca de um determinado assunto (a “analogia da Escritura”), levar em conta as circunstâncias em que o texto ou livro foi escrito e a intenção original do autor (método histórico-gramatical).

Em terceiro lugar, mostrando que não se deve fazer separação entre o Espírito e a Palavra. Sendo o Espírito Santo o autor último das Escrituras, ele não pode dizer uma coisa na Bíblia e outra coisa através de revelações especiais que conflitam com a Escritura. Por exemplo, ele não pode dizer na Bíblia que ninguém sabe o dia da volta de Cristo e depois revelar a alguém que Cristo vai voltar no ano tal e tal.

Neste último ponto, Calvino foi muito enfático em suas Institutas (Livro I, Capítulo IX), ao condenar os “entusiastas” ou “libertinos” que queriam chegar a Deus por outros meios que não as Escrituras. O reformador aponta para a reverência demonstrada pelos primeiros cristãos para com a Escritura e mostra a contínua importância, necessidade e validade da Palavra de Deus escrita (2 Tm 3.16-17). O Espírito Santo foi enviado, não para revelar coisas novas, mas para lembrar aos cristãos o que Cristo havia ensinado (Jo 14.26). Qualquer “revelação” que vá além do evangelho bíblico deve ser rejeitada como mentirosa (Gl 1.6-9). O Espírito Santo sempre atua em consonância com as Escrituras, que dele provêm. Por outro lado, é o testemunho interno do Espírito que nos permite reconhecer a Escritura como Palavra de Deus e experimentar a sua eficácia.

2.2 Ensinos e práticas

Vejamos alguns ensinos e práticas neopentecostais que revelam um entendimento equivocado das Escrituras ou ênfases incompatíveis com as mesmas. É importante lembrar que nem todas as igrejas apresentam as mesmas ênfases.

(a) Confissão positiva: esse ensino também é conhecido como “palavra da fé”. Segundo o mesmo, se o cristão crê firmemente em algo e o declara de modo convicto e explícito, aquilo que ele confessa irá acontecer, pelo poder da fé. Assim, a fé é vista como um poder que tem eficácia em si mesmo. A idéia é que Deus já nos deu as suas bênçãos, as suas promessas. A única coisa que temos a fazer é nos apropriar das mesmas, pela fé. A fé libera o poder e as bênçãos de Deus. Sem essa fé, Deus nada pode fazer. E o que ativa essa força ou poder da fé são as palavras. Se alguém fala palavras de fé, obtém bons resultados e vice-versa (confissão positiva ou negativa). Tudo o que nos acontece é conseqüência direta das nossas palavras. (Esses ensinos foram emitidos por autores como Kenneth Copeland e Kenneth Hagin.)[24]

Esse conceito faz da fé e das palavras de fé algo mágico, supersticioso, como um talismã. A Escritura ensina que a fé é um dom de Deus e que Deus atua e abençoa mediante a fé ou independentemente dela, como Senhor que é. Por outro lado, fé não significa força ou poder, mas uma atitude de confiança e dependência de Deus.

Associada com a confissão positiva está a idéia de posse, herança, como nas palavras de um conhecido corinho: “Tudo que o Senhor conquistou na cruz, é direito nosso, é nossa herança”. Assim, o crente deve “exigir” que Deus conceda as bênçãos e cumpra as promessas. Com isso, o relacionamento com Deus deixa de ser baseado na sua livre e soberana graça para concentrar-se em direitos e exigências.

(b) Saúde e prosperidade: essa é outra criação norte-americana que tem exercido um fascínio tremendo em um país carente de recursos como o Brasil. Na realidade, essa ênfase está mais de acordo com os valores da cultura americana do que com os valores do evangelho. Certamente Deus promete bênçãos materiais aos seus filhos, entre as quais se incluem saúde física e prosperidade financeira. Todavia, isso nunca foi uma parte central da mensagem pregada por Cristo ou pelos apóstolos. Esses temas nunca tiveram nos ensinos e na pregação deles o destaque que ocupa no culto e na vida de tantas igrejas modernas.

Um dos aspectos mais preocupantes é a insistência unilateral em bênçãos materiais, muitas vezes em detrimento de saúde e prosperidade na vida espiritual, no relacionamento com Deus, na vida emocional, nas relações familiares, na vida comunitária. Essa preocupação materialista e individualista casa-se muito bem com os interesses da sociedade de consumo, mas não com o evangelho que nos conclama a repartir, a ser solidários com os outros, que nos convida a amar a Deus pelo que Deus é, independentemente do que ele possa nos dar.

A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) é a que mais se destaca nessa área, pois que toda a sua atividade gira em torno do trinômio exorcismo-cura-prosperidade. Daí vermos, pela TV ou em outros ambientes, cenas desagradáveis de pregadores que condicionam o recebimento de bênçãos à entrega das maiores ofertas possíveis, ou, como costumam dizer, ao “sacrifício” dos fiéis. Esse não é o evangelho da graça anunciado por Cristo e pregado pela igreja apostólica, um evangelho que não se baseia em merecimentos humanos ou conquistas humanas, mas que se fundamenta no amor de Deus oferecido gratuitamente em Cristo. (“De graça recebestes, de graça daí” – Mt 10.8b; ver 1 Co 2.12). Jesus ensinou claramente os seus discípulos a não buscarem prioritariamente bênçãos materiais, e sim a buscarem em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, “e todas estas coisas [alimento, vestes, saúde] vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

(c) Batalha espiritual:[25] dentre as várias correntes de batalha espiritual, uma das mais populares no Brasil é aquela liderada por C. Peter Wagner, diretor e professor da Escola de Missões Mundiais do Seminário Fuller, na Califórnia. Wagner é também um dos principais expoentes do “movimento do crescimento da igreja”. Um ensino característico dessa corrente é a noção de “espíritos territoriais”, isto é, demônios que mantêm determinadas regiões geográficas sob o domínio da incredulidade e do pecado. No Brasil, uma das principais divulgadoras dessas idéias é a autora Neuza Itioka, que já escreveu vários livros sobre o assunto.

A batalha espiritual vê a realidade acima de tudo em termos de um conflito mortal entre Deus e o maligno, tendo como campo de batalha o mundo e as vidas dos crentes. Deus passa a ser visto como um Deus guerreiro, um “homem de guerra”, e existe um grande número de corinhos que explora essa temática. Com muita freqüência essa questão é abordada em termos triunfalistas: como o Senhor está ao nosso lado, ninguém pode conosco, nenhum mal nos atingirá, como afirmam certos versículos dos Salmos e outros livros. Nos últimos anos, incorporaram-se ao vocabulário evangélico certas expressões que antes nunca haviam sido usadas pelos crentes: “Eu repreendo isso ou aquilo” ou “Está amarrado em nome de Jesus”.

Novamente, o problema com esse ensino não é o seu caráter extrabíblico. A Escritura certamente fala, e muito, sobre o conflito entre Deus (e seus filhos) e as hostes do mal, como na conhecida passagem de Efésios 6.10-20. O problema está em certas implicações ou conclusões, nem sempre fundamentadas de modo claro nas Escrituras, mas derivadas da imaginação fértil dos autores. Alguns exemplos: demônios territoriais, cristãos possuídos pelo demônio, demônios com nomes fantasiosos, demônios coloridos ou mal-cheirosos e assim por diante. Nada disso é apoiado pelas Escrituras.

Outra tendência preocupante é relacionar todo problema ou pecado com algum demônio. Se a pessoa é preguiçosa, está possuída ou influenciada pelo demônio da preguiça; se é ansiosa ou depressiva, está sob a influência do demônio da depressão. Daí a preocupação em expulsar ou em amarrar demônios a torto e a direto. Esses ensinos, que muitas vezes não passam de meras opiniões, deixam de levar em conta o ensino bíblico de que vivemos em um mundo decaído, que sofre as conseqüências do pecado e do juízo de Deus contra o mesmo. Nem todo “mal” vem do demônio: há males que decorrem das nossas limitações, das circunstâncias do mundo (catástrofes naturais, por exemplo, que atingem tanto crentes quanto descrentes) e o próprio Deus pode enviar males com propósitos de juízo ou de disciplina (Is 45.7; Hb 12.4-13).

A preocupação desmedida com as forças malignas não reflete o ensino equilibrado das Escrituras, cria temores desnecessários nas pessoas e pode ser um instrumento de manipulação emocional. Por outro lado, pode minimizar a responsabilidade individual ou coletiva por muitos pecados e erros: é mais fácil justificar certas coisas atribuindo-as à ação do inimigo. A obsessão pelo diabo também pode obscurecer a glória de Deus. Ainda que o maligno seja poderoso, ele não é todo-poderoso, como às vezes se imagina. Somente Deus é o Senhor supremo de todas as coisas. O próprio demônio está debaixo da sua autoridade.

Certamente, não devemos subestimar as forças espirituais do mal. O Senhor mesmo nos ensinou a orar: “Livra-nos do mal”. Mas nessa luta temos de usar as armas oferecidas pelo próprio Deus e não os artifícios humanos e as práticas supersticiosas que têm sido apregoados por tantos.

(d) Maldição hereditária: essa é outra área de sérias distorções. Toma-se um texto isolado como Êxodo 20.5, onde Deus afirma que castiga a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta gerações, e se constrói toda uma doutrina a partir daí, uma doutrina que nunca foi ensinada por Cristo e pelos apóstolos. Para a libertação ou quebra da maldição seria necessário fazer uma árvore genealógica da família, identificar as pragas, maldições, pecados e pactos com demônios feitos pelos antepassados e anulá-los, quebrando-os e rejeitando-os em nome de Jesus Cristo.

Porém, qual é o ensino mais amplo das Escrituras sobre o assunto? Se é verdade que os pecados de uma geração podem ter sérias conseqüências para os seus descendentes, existem outras passagens sobre o assunto que devem ser levadas em consideração. É o caso de Ezequiel 18, em que Deus mostra que a responsabilidade moral é pessoal e individual: “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai...” (vv. 4b, 20). Pela conversão e retidão de vida, o indivíduo está livre da “maldição” dos pecados de seus antepassados (vv. 14-19). O segundo mandamento (Êxodo 20.5) prevê a visitação do juízo divino sobre os descendentes de ímpios que também aborrecem a Deus como seus pais. Além disso, o Novo Testamento nos ensina que Cristo resgatou os crentes da maldição da lei (Cl 2.13-15; Gl 3.13) e que nenhuma condenação resta para os que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1).

Isso nos leva a um outro ponto importante, que é a tendência de muitos neopentecostais de tirarem conclusões apressadas de passagens do Antigo Testamento, sem procurar entendê-las à luz da revelação mais plena de Deus em Jesus Cristo e no Novo Testamento. É preciso lembrar sempre que o Novo Testamento é a chave para a interpretação do Antigo. Como Jesus disse: “Ouvistes que foi dito aos antigos... eu, porém, vos digo...”.

(e) Exorcismos: a maneira como a expulsão de demônios é praticada em muitas igrejas ou mesmo em programas de televisão soa muito estranha à luz do ensino bíblico sobre a matéria. Jesus ocasionalmente expulsou demônios e o mesmo fizeram os apóstolos. Em igrejas como a IURD e outras, os exorcismos são parte regular dos cultos, recebendo uma ênfase totalmente desproporcional à sua importância. Novamente repete-se o mesmo padrão: toma-se um ensino ou elemento bíblico e dá-se a ele uma ênfase muito maior do que a encontrada nas próprias Escrituras.

Não raro, as sessões de exorcismo transformam-se em verdadeiros shows cheios de teatralidade, com a finalidade de impressionar o auditório. Os exorcistas dialogam com o “demônio”, brincam com ele e submetem a pessoa possessa a grandes humilhações, expondo o seu sofrimento diante de todos. Curiosamente, a maior parte das pessoas possessas pertence ao sexo feminino, como se as mulheres fossem mais pecadoras ou mais frágeis espiritualmente que os homens.

(f) Profecias: outra prática comum de certos grupos neopentecostais são as profecias, supostamente recebidas mediante revelações. Com freqüência, tais profecias expressam meros desejos ou expectativas do “profeta” em relação a uma pessoa ou grupo, mas são proferidas em tom dogmático, como se fossem tão inspiradas quanto a Bíblia. Muitas vezes, as profecias não se cumprem, os seja, são falsas profecias, o que faz de seus anunciadores falsos profetas, mas ninguém se lembra de pedir desculpas, de reconhecer que errou, que não estava falando a palavra do Senhor.

Em seu livro Evangélicos em crise, Paulo Romeiro cita uma profecia feita por Benny Hinn no dia 16 de março de 1994, quando falava na Igreja Renascer, em São Paulo.[26] Ele começou, dizendo: “O Deus Todo-Poderoso está me dizendo que esta cidade de São Paulo vai se dobrar ao nome de Jesus”. A seguir, ele afirmou que brevemente ocorreria a destruição dos poderes satânicos que controlavam a cidade e que dentro de seis meses a atmosfera espiritual de São Paulo iria começar a mudar. Como prova disso uma mulher muito conhecida, que estava enfeitiçando milhares de pessoas, iria morrer. Líderes políticos nasceriam de novo. Dentro de dois anos (1996), os crentes iriam dizer: “Deus tem feito grandes coisas”. Por fim, ele afirmou que Deus iria usar Estevam Hernandes para ser uma influência poderosa sobre os líderes políticos do Brasil, e concluiu: “Marquem minhas palavras. Não é Benny Hinn quem está falando. Assim diz o Senhor!”

Uma área em que as profecias continuam se multiplicando, apesar dos repetidos malogros de predições anteriores, diz respeito à data da volta de Cristo. Isso ocorreu de modo especial ao aproximar-se o ano 2000. Paulo Romeiro também narra as afirmações feitas pela conhecida pastora Valnice Milhomens no programa “Palavra da Fé”, transmitido em 1990 pela Rede Bandeirantes.[27] Ela afirmou inicialmente: “Deus reservou para nossa geração a plenitude de todas as coisas... Esta é a geração que verá cada palavra que está escrita na profecia vindo ao seu cumprimento. Nos próximos dez anos haverá mais profecias se cumprindo do que em todos os anos passados”. A seguir, apelando para várias revelações e fazendo uma série de cálculos aritméticos, ela concluiu que tudo se cumprirá na presente geração (40 anos), que começou em 1967 e terminará no ano 2007.

(g) Questões éticas: outra área que tem gerado preocupação quanto a algumas igrejas e líderes neopentecostais refere-se ao aspecto ético. É claro que todo e qualquer cristão está sujeito a cair, a cometer erros de maior ou menor gravidade. Todavia, certas práticas são difíceis de justificar à luz dos padrões bíblicos. Alguns exemplos: (1) Área financeira: existem igrejas e ministérios que não são transparentes quanto à maneira como recolhem e gastam as contribuições dos fiéis. Há alguns anos atrás, nos Estados Unidos, houve alguns casos notórios de desonestidade que resultaram até na prisão de um conhecido líder carismático, Jim Baker. Um caso famoso de chantagem na área financeira foi protagonizado pelo conhecido evangelista Oral Roberts. Será que no Brasil seria diferente? As práticas da IURD e o estilo de vida do casal Hernandes não têm contribuído para projetar uma boa imagem dos evangélicos junto à sociedade brasileira. (2) Área política: o crescente envolvimento dos neopentecostais com a política partidária não tem sido salutar para o testemunho evangélico em nosso país. Apesar do discurso de defesa dos interesses da comunidade evangélica ou da sociedade em geral, o que provavelmente está em vista é a defesa de agendas bem mais específicas e menos edificantes. Os precedentes nessa área não são nada animadores, como a troca de votos por concessões de rádio na época do presidente Sarney e a triste participação de evangélicos nas falcatruas do orçamento do Congresso, há alguns anos. (3) Área moral: o culto à personalidade que caracteriza certos movimentos e a noção de que não se pode tocar no “ungido do Senhor,” abre as portas para que certos líderes caiam em pecado e continuem a encontrar seguidores.


Muito mais poderia ser dito sobre o movimento neopentecostal. Estes são apenas alguns pontos salientes, que obviamente não esgotam o assunto. Por uma questão de justiça, é preciso reconhecer que há muitos pastores, crentes e igrejas neopentecostais que são íntegros, bem-intencionados e fiéis ao Senhor. Esses irmãos têm sido instrumentos para a conversão e transformação de vidas de milhares de brasileiros, muitos deles anteriormente escravizados pelos vícios, vivendo em miséria e violência. Um número incontável de pessoas tem encontrado nas igrejas pentecostais e neopentecostais um ambiente de calor humano, dignidade e valorização pessoal que jamais haviam experimentado até então. As igrejas neopentecostais têm trabalhado entre grupos não alcançados pelas igrejas tradicionais: de um lado, favelados, viciados, aidéticos, presidiários e outras pessoas marginalizadas; de outro lado, atletas, artistas e outros grupos mais elevados na escala social. Todavia, por mais que admiremos estes elementos positivos e sejamos gratos a Deus por eles, não podemos fechar os olhos para os aspectos preocupantes apontados anteriormente.

Há 250 anos viveu nos Estados Unidos o notável servo de Deus que foi Jonathan Edwards (1703-1758).[28] Um legítimo descendente dos puritanos, esse pastor e teólogo calvinista foi um dos instrumentos do Grande Despertamento ocorrido nas décadas de 1730 e 1740. Edwards foi um atento observador e crítico desse grande reavivamento, deixando suas impressões nos diversos livros que escreveu sobre o assunto. Ele constatou que o avivamento tinha aspectos positivos e negativos. De um lado, conversões, consagração de vidas, mudanças nos relacionamentos, atuação social; de outro lado, emocionalismo exacerbado, superficialidade, manipulação por pregadores inescrupulosos, atração por fenômenos espetaculares. Ele mesmo e a sua esposa tiveram experiências que consideraríamos incomuns. Sua conclusão geral sobre o assunto é que existem certos sinais, evidências ou frutos visíveis que demonstram se uma determinada experiência religiosa é genuína ou não: convicção de pecado, seriedade nas coisas espirituais, preocupação com a glória de Deus, apego às Escrituras, mudança no comportamento ético, relações pessoais transformadas e influência regeneradora na comunidade.

Portanto, o que se espera de nós, crentes presbiterianos, herdeiros da tradição reformada, diante do desafio do neopentecostalismo, é uma posição de equilíbrio e coerência, procurando aprender com o que as novas igrejas têm de positivo e saudável, mas rejeitando firmemente, com base nas Escrituras e na fé cristã histórica, os desvios, os exageros, as distorções humanas.

Algumas recomendações práticas:

a)      Procuremos ler bons livros sobre o assunto, principalmente aqueles escritos de uma perspectiva reformada.[29] Infelizmente, existe muita coisa ruim nas nossas livrarias evangélicas.

b)      Sejamos como os crentes bereanos (Atos 17.11), julgando todas as coisas e retendo o que é bom (1 Ts 5.21).

c)      Observemos o conselho de Paulo, seguindo a verdade em amor (Ef 4.15) e crescendo em tudo (inclusive na maturidade e discernimento) naquele que é o cabeça, Cristo.

d)      Sejamos estudantes sérios e criteriosos das Escrituras, dos nossos padrões doutrinários e da história da igreja.

Sentem comichões nos ouvidos : LEITURA BÍBLICA: “Porque virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências” 2 Timóteo 4.3

SÍNTESE BÍBLICA: Exortação do apóstolo Paulo ao seu filho na fé Timóteo e a todos nós, filhos de Deus.

É interessante o apóstolo Paulo dizer que virá um tempo em que as pessoas terão "comichão nos ouvidos" (coceira nos ouvidos). Significa "uma coceira ao ouvir a verdade." Ou como diz outra tradução, eles estarão "à procura de palavras que lhes bem agradam."

Hoje, raramente encontramos mensagens sobre arrependimento. Ao observar a grande massa das “igrejas cristãs” (a salvo exceções), atualmente, percebemos que há uma fuga das origens da igreja primitiva, uma mudança  no fundamento, nas mensagens e talvez até mesmo no objetivo.

É fácil conhecer o verdadeiro cristão na igreja hoje. Diga uma verdade que ele precisa ouvir, e observe qual será a sua reação ou atitude. Porque é bem assim, às pessoas estão acostumadas em ouvir aquilo que querem ouvir, “tapinha nas costas”, “Deus é contigo mesmo você estando em pecado e desobediência”, querem uma palavra que massageia o seu “ego”. Mas não querem ouvir um bom conselho de Deus, uma mensagem exortativa, admoestativa ou corretiva. Ignoram o que Jesus disse: "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" João 8:32.

Como no texto de  2 Tm 4:3, percebemos que nos últimos dias as pessoas procurariam mestres que falariam o que elas querem ouvir, desviando-se da verdade. Creio que vivemos, hoje, nesses dias. Pois o que as massas querem ouvir? Que serão populares, que seus sonhos serão realizados, que prosperarão, que não terão problemas na vida e que serão abençoados. E isso tudo é o que mais é pregado em templos lotados. Porém, um evangelho diluído de “apenas creia e seja salvo, sem arrependimento, sem se converter dos seus pecados, nada de tomar a sua cruz e seguir ao Senhor” não é o evangelho verdadeiro. Isso os ouvidos não querem ouvir, começam a coçar quando se fala sobre santidade, sobre separação do mundo.

No entanto, a mensagem de Deus é uma espada que penetra no mais profundo do nosso ser. A maior evidência do Espírito Santo em nós não é o falar em  línguas, rodopios e muito barulho, mas uma vida transformada, um caráter mudado, arrependimento genuíno. Este último é um dos maiores milagres que o Espírito Santo pode fazer, afinal, este veio convencer o homem do pecado, da justiça e do Juízo  (Jo 16.8).

Deus não é um “Papai Noel”, nem um gênio da lâmpada mágica que só existe para cumprir as vontades dos seres humanos. Nós somos os servos! Nós precisamos perder a nossa vida para poder achar a vida em Deus. Conceitos precisam ser revistos.

Todavia, essa mensagem de arrependimento não é tão atraente para uma sociedade egoísta, cega, mundana. Mas o pregador não tem de agradar a todos, nem adequar a “loucura do Evangelho”, que é o poder de Deus para a salvação do que crê. Procuramos agradar aos homens ou a Deus?

Deus foi capaz de salvar 08 pessoas de um dilúvio enquanto as grandes massas se afogavam nas águas. Pregador, não se preocupe com a vontade da multidão, se preocupe em anunciar a elas a verdade, você é um sentinela, toque a trombeta! Faça a sua parte e deixe o trabalho de convencimento com o Espírito Santo! No final das contas, apenas os remanescentes permanecem. A porta é estreita, o caminho é estreito.

Não adianta falar durante uma vida inteira para pessoas de coração duro, que vão ter Paz, que está tudo bem, que vão prosperar, que serão abençoadas… Falar somente isso mostra que você não as ama. Quem ama não esconde a verdade com uma mentira que pode levá-las ao juízo. 

O amor não diz que tudo está bem quando tudo não está, por isso que Jesus diz “arrependam-se”, para que o povo tenha a oportunidade de se converter dos seus maus caminhos e conhecer a vida verdadeira, alegria que é estar  na Glória com o Pai, e o Tesouro verdadeiro que é estar com Deus e não continuar servindo a Mamom (dinheiro) e sendo entretido com mensagens vazias.

No decurso da história da Igreja sempre houve aqueles que não amam a sã doutrina. À medida que o fim se aproxima, a situação nesse sentido ficará pior.

“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.” 2 Tm 3:1 (leia o capítulo 3 todo).

“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios.” 1 Tm 4:1

Vamos analisar algumas partes deste texto, principalmente os versículos 3 e 4.

1) “Não sofrerão a sã doutrina”:

Muitos professarão ser cristãos, freqüentando “igrejas” (denominações) e mostrarão que servem a Deus, mas não aceitarão a fé apostólica original do NT, nem os exemplos dos heróis da fé do AT, nem as exigências bíblicas ordenando que o crente separe-se da injustiça.

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.” Rm 1.16

2) “Desviarão os ouvidos da Verdade”:

A autêntica pregação bíblica de um homem ou mulher de Deus não mais será aceita em muitas igrejas, aliais isso já acontece. Os desviados da verdade desejarão sermões que apresentem um evangelho menos exigente.

“Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns.” 2 Tm 2:18

“Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.” 2 Tm 3:7-8

“Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.” 1 Tm 6:5
“Não dando ouvidos às fábulas judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade.” Tito 1:14

“Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.” 2 Cor 13:8

A força do cristão é a verdade. Contra ela as armas são inúteis. De nada adianta ficar filosofando, inventando historinhas e não querer acatar ao “Assim diz o Senhor”. A Bíblia é a verdade (João 17:17) e é o guia infalível para o cristão. 

Portanto amados irmãos e família Hope, leia a palavra, estude, busque entender o contexto, a cultura, qual é a mensagem pura que Deus tem para você. Ore e deixe que essas verdades estejam entranhadas em sua vida para que você seja firme, aprovado diante de Deus e não levado por qualquer vento de doutrina.

UM RESUMO DAS IGREJAS :

O Cristianismo é de origem latina – a raiz radical prefixa cristiano, que significa, em espanhol e italiano, cristão ou relativo ao Cristo e a raiz sufixa -ismo significa de origem grega: sufixo de origem grega que exprime a ideia de fenômeno linguístico, sistema político, religião, doença, esporte, ideologia, etc. É uma religião monoteísta, centrada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como são apresentados no Novo Testamento. A fé cristã acredita essencialmente em Jesus como o Cristo, Filho de Deus, Salvador e Senhor.

PRIMEIRO UM RESUMO EM ANÁLISE COMPARATIVA DAS IGREJAS EVANGÉLICAS


Basicamente são três as ramificações que se apresenta no meio Protestante: tradicional, pentecostal e neopentecostal.


Tradicionais:


Compreende principalmente as chamadas igrejas históricas que tiveram origem no início da Reforma Protestante ou bem próximo dela. São elas:

· Luterana: fundada por Martinho Lutero (Século XVI)

· Presbiteriana: Fundada por João Calvino (Século XVI)

· Anglicana: Fundada pelo rei da Inglaterra Henrique VIII (Século

XVI)

· Batista: Fundada por John Smith (Século XVII)

· Metodista: Fundada por John Wesley (Século XVIII)

Pentecostais:

Compreende as igrejas que tiveram inicio no reavivamento nos Estados Unidos entre 1906-1910. As experiências do "batismo no Espírito Santo" levaram os membros que experimentaram essa experiência a serem excluídos de suas antigas igrejas, formando assim outras comunidades que levaram o nome de Assembléias de Deus (não confundir com a denominação brasileira que leva o mesmo nome, enquanto que aquela é um movimento que reuniu várias igrejas que aceitavam a experiência dos dons espirituais no batismo com o Espírito Santo, esta ultima foi uma denominação fundada em terra brasileira), congregações etc...

As principais igrejas pentecostais no Brasil são:

Assembléia de Deus; Congregação Cristã no Brasil; Igreja do

Evangelho quadrangular; O Brasil para Cristo; Deus é Amor.

· Assembléia de Deus: Fundada pelos missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren (1911) é a principal expoente do pentecostalismo no Brasil.

· Congregação Cristã no Brasil:Fundada por Louis Francescon (1910)

· Igreja do Evangelho Quadrangular:Fundada por Aimée Semple McPhersom (1950)

· O Brasil para Cristo: Fundada por Manoel de Melo (1955)

· Deus é Amor:Fundada por Davi M. Miranda (1962)

Neopentecostais:

Os neopentecostais são igrejas oriundas do pentecostalismo original ou mesmo das igrejas tradicionais. Surgiram 60 anos após o movimento pentecostal. Nos Estados Unidos, são chamados de carismáticos sendo que aqui no Brasil essa nomenclatura é reservada exclusivamente para um grupo dentro da igreja Católica que se assemelha aos pentecostais.


No Brasil as principais igrejas que representam os neopentecostais são:

Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja da Graça, Sara Nossa Terra, Renascer em Cristo.


· Universal do Reino de Deus: Fundada por Edir Macedo (1977)


· Igreja Internacional da Graça de Deus: Fundada por Romildo R. Soares

(1980)

· Sara Nossa Terra: Fundada por Robson Rodovalho (1980)


· Renascer em Cristo: Fundada por Estevan Hernandez (1986)



Diferenças entre os grupos:


TRADICIONAIS X PENTECOSTAIS

Os evangélicos tradicionais diferem dos pentecostais apenas em relação a experiência do chamado "Batismo no Espírito Santo". Não aceitam o "Falar em outras línguas" (glossolalia) e dão forte ênfase no ensino teológico e no trabalho social, não se preocupam com usos e costumes como vestimentas e adornos.


PENTECOSTAIS X NEOPENTECOSTAIS

Os carismáticos formaram uma outra igreja coexistindo juntamente com os pentecostais mas sem se identificar com elas. Dão bastante ênfase ao louvor e são mais flexíveis teologicamente não permanecendo estáticos na doutrina como são os pentecostais. Distingue-se também quanto aos usos e costumes. É o grupo que mais cresce atualmente no Brasil devido a um maciço investimento na mídia, como é o caso das igrejas Universal e da Graça.

ANÁLISE MAIS COMPLETA DAS IGREJAS


Qual é a diferença entre crente, cristão, evangélico, protestante?

Crente – de acordo com o dicionário Aulete, é aquele que acredita ou crê em algo. Quem manifesta crença religiosa. Também segue uma religião protestante.

Cristão – quem que prega ou segue o cristianismo, isto é, segue o Cristo.

Evangélico – de acordo com o dicionário Houaiss, é uma palavra coloquial, ou relativa, se referindo às diversas Igrejas e correntes protestantes. Por exemplo: adventistas, assembleianos, batistas, calvinistas, congregacionais, luteranos, maranatanos, metodistas, presbiterianos e até as Igrejas pentecostais e neopentecostais.

Protestante – de acordo com o dicionário Aulete, é uma denominação comum a várias religiões cristãs originadas a partir da ruptura com a Igreja Católica, liderada por Martinho Lutero.

Qual é a diferença entre todas essas Igrejas Católica, ortodoxas, protestantes (históricas, pentecostais, neopentecostais), restauracionistas (Adventista do Sétimo Dia, mórmon e Testemunhas de Jeová), primitiva, esotérica e espírita?

Exceto as igrejas católicas, ortodoxas, restauracionistas, primitivas, esotéricas e espíritas, todas as igrejas protestantes históricas e pentecostais são denominações verdadeiramente cristãs, mas de tipos diferentes e doutrinas diferentes. Vamos estudar em seguida:

Pré-reforma:

Lollardismo: O Lollardismo foi um movimento político e religioso dos finais do século XIV e inícios do século XV em Inglaterra. As suas exigências eram primeiramente a reforma da Igreja Católica. Entre as suas principais doutrinas estavam que a devoção era um requerimento para que um padre fosse um "verdadeiro" padre ou que levasse a cabo os sacramentos, e que o leigo devoto tinha o poder de executar os mesmos ritos, acreditando que o poder religioso e a autoridade resultam da devoção e não da hierarquia da Igreja. Ensinava o conceito da "Igreja dos salvados", significando que entre a verdadeira Igreja de Cristo era a comunidade dos fieis, que tinha muito em comum, mas não era o mesmo que a Igreja oficial de Roma. Ensinou uma determinada forma de predestinação. Advogava a pobreza apostólica e a taxação das propriedades da Igreja. Negava a transubstaciação em favor da consubstanciação.

Valdenses: Os valdenses são uma denominação cristã que teve sua origem entre os seguidores de Pedro Valdo, morto em 1217. Ele era um comerciante de Lyon; criou sua religião por volta de 1174. Ele decidiu encomendar uma tradução da Bíblia para a linguagem popular e começou a pregá-la ao povo sem ser sacerdote. Ao mesmo tempo, renunciou a sua atividade e aos bens, que repartiu entre os pobres. Desde o início, os valdenses afirmavam o direito de cada fiel de ter a Bíblia em sua própria língua, sendo esta Bíblia a fonte de toda autoridade eclesiástica. Os valdenses reuniam-se em casas de família ou mesmo em grutas, clandestinamente, devido à perseguição da Igreja Católica. Celebravam a Santa Ceia uma vez por ano. São considerados como uma igreja pré-reformada. Negavam a supremacia de Roma, rejeitavam o culto às imagens como idolatria. Foram duramente perseguidos na França e na Itália, instalando-se com maior concentração nos vales alpinos de Piemonte, norte da Itália.

Reforma e pós-reforma:

No cristianismo existem numerosas tradições e denominações, que refletem diferenças doutrinais por vezes relacionadas com a cultura e os diferentes contextos locais em que estas se desenvolveram. Segundo a edição de 2001 da World Christian Encyclopaedia existem 33 830 denominações cristãs. Desde a Reforma o cristianismo é dividido em três grandes ramos:

Catolicismo: composto pela Igreja Católica Apostólica e que hoje congrega o maior número de fiéis (prestem atenção, verdadeiros cristãos, catolicismo é uma seita pseudocristã);

Ortodoxia: originária do grande Cisma do Oriente (século XI) e é constituída por duas grandes Igrejas ortodoxas - a grega e a russa - que apresentam algumas diferenças entre si, nomeadamente a língua usada na liturgia;

Protestantismo: originária da segunda grande cisma cristã (Reforma Protestante) de Martinho Lutero, no século XVI, e engloba grande número de movimentos e denominações distintas. Atualmente a Igreja Protestante(também chamada Igreja Evangélica) pode ser dividida em três vertentes:

1) Denominações históricas: resultado direto da reforma protestante. Destacam-se nesta vertente os luteranos,anglicanos, presbiterianos, metodistas e batistas, veja os exemplos seguintes:

a) Luteranos: O luteranismo é uma denominação cristã ligada diretamente a Martinho Lutero, pioneiro da Reforma da Igreja na Alemanha, a partir de 1517. A 10 de novembro de 1483, na cidade de Eisleben, na Alemanha, nasceu Martinho Lutero, um jovem que, contrariando a vontade dos pais, decidiu tornar-se monge. No mosteiro, Lutero vivia em angústias e desespero por dúvidas que tinha sobre seus méritos espirituais. Quanto mais se penitenciava, tanto mais cresciam suas dúvidas e incertezas. Não possuía, por isso, paz de alma e via Deus como um severo juiz pronto a castigar os pecadores. Lutero tornou-se Doutor em Teologia e passou a lecionar na Universidade de Wittenberg. Sendo um dos privilegiados a ter acesso a uma Bíblia, Lutero desenvolveu nova visão teológica lendo as palavras de Romanos 1.17: "O justo viverá por fé". Segundo sua interpretação, dizia que o perdão e a vida eterna não são conquistados por nós mediante boas obras, mas nos são dados gratuitamente por meio da fé em Jesus Cristo, O Filho de Deus, que morreu e ressuscitou para perdão de toda a humanidade. Em 1517, na Alemanha, o professor e monge Martinho Lutero fixou à porta da Catedral de Wittenberg 95 teses criticando a atuação do Papa e do alto clero. Elas se propagaram rapidamente, mesmo com a intervenção da Igreja. Lutero foi apoiado por parte da população e pela nobreza que, desejosa de conquistar novas terras sob domínio de Roma (na região da atual Alemanha), o protegeram da perseguição do papa, poupando-o da fogueira, mas não da excomunhão. Lutero, então, passou a participar de vários debates teológicos com autoridades civis e eclesiásticas que tentavam fazê-lo abrir mão de suas idéias e retratar-se de críticas à Igreja e ao Papa. Em 1520, Lutero foi excomungado pelo Papa e, no mesmo ano, queimou a Bula de Excomunhão em praça pública, rompendo assim com a Igreja Católica da época. Em 1530, surgiu a Confissão de Augsburgo que foi escrita por Lutero e Melanchthon, um fiel companheiro seu. Este documento trazia um resumo dos ensinos luteranos. Uma das principais preocupações de Martinho Lutero era que todas as pessoas pudessem ler o livro no qual os ensinamentos católicos estariam escritos e assim poderem tirar suas próprias conclusões. Por isto Martinho Lutero traduziu a Bíblia para o Alemão para que todos pudessem lê-la em sua própria língua. Alguns anos mais tarde, a bíblia foi traduzida para o Inglês, Francês e Espanhol as pessoas passaram a ler a Bíblia e terem suas próprias conclusões. Aos poucos a Igreja Católica foi perdendo poder e influência. Depois de Lutero a Igreja Católica nunca mais conseguiu exercer o forte domínio sobre a Europa como tinha antes da Reforma Protestante. Pouco a pouco, o ideal de reforma da Igreja Católica que Lutero possuía foi sendo sufocado e o Reformador viu-se obrigado, juntamente com seus seguidores, a formar um grupo separado de cristãos que queriam permanecer fiéis às suas idéias. Surgia assim a Igreja Luterana.

b) Calvinistas: O calvinismo é tanto um movimento religioso protestante quanto uma ideologia sócio-cultural com raízes na Reforma iniciada por João Calvino em Genebra no século XVI. João Calvino exerceu uma influência internacional no desenvolvimento da doutrina da Reforma Protestante, à qual se dedicou com a idade de 30 anos, quando começou a escrever os "Institutos da religião Cristã" em 1534 (publicado em 1536). Esta obra, que foi revista várias vezes ao longo da sua vida, em conjunto com a sua obra pastoral e uma coleção massiva de comentários sobre a Bíblia, são a fonte da influência permanente da vida de João Calvino no protestantismo. Calvino apoiou-se a frase de Paulo: "pela fé sereis salvos", esta frase de epístola de Paulo aos Romanos foi interpretada por Martinho Lutero ou simplesmente Lutero como pela fé sereis salvos. As duas frases, possuem a mesma coisa, ou seja, não muda o sentido. Para Bernardye Cotitretw, biógrafo de Calvino, "o calvinismo é o legado de Calvino e torna-se uma forma de disciplina, de ascese, que não raramente é levada ao extremo da teimosia". O calvinista é pois no extremo um profundo conhecedor da Bíblia, que pondera todas as suas ações pela sua relação individual com a moral cristã. O calvinismo é também o resultado de uma evolução independente das idéias protestantes no espaço europeu de língua francesa, surgindo sob a influência do exemplo que na Alemanha a figura de Martinho Lutero tinha exercido. A expressão "calvinismo" foi aparentemente usada pela primeira vez em 1552, numa carta do pastor luterano Joachim Westphal, de Hamburgo. O calvinismo marca a segunda fase da Reforma Protestante, quando as igrejas protestantes começaram a se formar, na seqüência da excomunhão de Martinho Lutero da Igreja Católica romana. Neste sentido, o calvinismo foi originalmente um movimento luterano. O próprio Calvino assinou a confissão luterana de Augsburg de 1540. Por outro lado, a influência de Calvino começou a fazer sentir-se na reforma Suíça, que não foi Luterana, tendo seguido a orientação conferida por Ulrico Zuínglio. Tornou-se evidente que a doutrina das igrejas reformadas tomava uma direcção independente da de Lutero, graças à influência de numerosos escritores e reformadores, entre os quais João Calvino era o mais eminente, tendo por isso esta doutrina tomado o nome de calvinismo. Uma vez que tem múltiplos fundadores, o nome "calvinismo" induz ligeiramente ao equívoco, ao pressupor que todas as doutrinas das igrejas calvinistas se revejam nos escritos de João Calvino. O nome aplica-se geralmente às doutrinas protestantes, que não são luteranas, e que têm uma base comum nos conceitos calvinistas, sendo normalmente ligadas a igrejas nacionais de países protestantes, conhecidas como igrejas reformadas, ou a movimentos minoritários de reforma protestante. Nos Países Baixos, os calvinistas estabeleceram a Igreja Reformada Neerlandesa. Na Escócia, através da zelosa liderança do ex-sacerdote católico John Knox, a Igreja Presbiteriana da Escócia foi estabelecida segundo os princípios calvinistas. Na Inglaterra, o calvinismo também desempenhou um papel na Reforma, e, de lá, seguiu com os puritanos para a América do Norte. Na França, os calvinistas, chamados de Huguenotes, foram perseguidos, combatidos e muitas vezes obrigados ao exílio. Em Portugal, na Espanha ou na Itália, estas doutrinas tiveram pouca divulgação e foram ativamente combatidas pelas forças da Contrarreforma, com a ação dos jesuítas e da Inquisição. O sistema teológico e as práticas da igreja, da família ou na vida política, todas elas algo ambiguamente chamadas de "calvinismo", são o resultado de uma consciência religiosa fundamental centrada na "soberania de Deus". O calvinismo pressupõe que o poder de Deus tem um alcance total de atividade e resulta da convicção de que Deus trabalha em todos os domínios da existência, incluindo o espiritual, físico, intelectual, quer seja secular ou sagrado, público ou privado, no céu ou na terra. De acordo com este ponto de vista, qualquer ocorrência é o resultado do plano de Deus, que é o criador, preservador, e governador de todas as coisas, sem exceção, e que é a causa última de tudo. As atividades seculares não são colocadas abaixo da prática religiosa. Pelo contrário, Deus está tão presente no trabalho de cavar a terra como na prática de ir ao culto. Para o cristão calvinista, toda a sua vida é um culto a Deus. (...) O calvinismo também defende uma Teologia Aliancista e os Sacramentos como meio de graça, Santa Ceia e Batismo, incluindo o Batismo infantil. Calvino na sua principal obra, as Institutas diz: "Eis aqui por que Satanás se esforça tanto em privar nossas criaturas dos benefícios do batismo; Sua finalidade é que se esquecermos de testificar que o Senhor tem ordenado para confirmar as graças que ele quer nos conceder pouco a pouco vamos nos esquecendo das promessas que nos fez a respeito disto. De onde não só nasceria uma ímpia ingratidão para com a misericórdia de Deus, mas também a negligência de ensinarmos nossos filhos no temor do Senhor, e na disciplina da Lei e no conhecimento do Evangelho. Porque não é pequeno estimulo sabermos que educá-los na verdadeira piedade e obediência a Deus. E saber que desde seu nascimento foram recebidos no Senhor e em seu povo, fazendo-os membros de sua igreja." (CALVINO, 1999, p. 1069.) O calvinismo deveria ser austero e disciplinado, ou seja: As pessoas não tinham direito a excessos de luxo, e conforto, sem esbanjamento matriana.

c) Presbiterianos: O nome destas denominações deriva da palavra grega presbyteros, que significa literalmente "ancião". O governo presbiteriano é comum nas igrejas protestantes que foram modeladas segundo a Reforma Protestante na Suíça. Na Inglaterra, Escócia e Irlanda, as igrejas reformadas que adotaram uma forma de governo presbiteriano em vez de episcopal ficaram conhecidas como a Igreja Presbiteriana. Na Escócia, John Knox (1505-1572), que tinha estudado com João Calvino em Genebra, levou o Parlamento da Escócia a abraçar a Reforma Protestante em 1560. A primeira Igreja Presbiteriana, a Church of Scotland(ou Kirk), foi fundada como resultado disso. Na Inglaterra, o presbiterianismo foi estabelecido secretamente em 1572, nos finais do reinado da rainha Elizabeth I de Inglaterra. Em 1647, por efeito de uma lei do Longo Parlamento sob o controle dos puritanos, o presbiterianismo foi estabelecido para a Igreja Anglicana (Church of England). O restabelecimento da monarquia em 1660 trouxe também o restabelecimento da forma de governo episcopal na Inglaterra (e, por um período curto, na Escócia); mas a Igreja Presbiteriana continuou a ser considerada não-conforme, fora da igreja estabelecida. Na Irlanda, o presbiterianismo foi estabelecido por imigrantes escoceses e missionários ao Ulster. O presbítero de Ulster foi formado separadamente da igreja estabelecida, em 1642. Todos os três, ramos muito diversos do presbiterianismo, bem como igrejas independentes e algumas denominações Holandesas, Alemãs e Francesas, foram combinadas nos EUA para formar aquilo que se tornou conhecido como aPresbyterian Church USA (1705). A igreja presbiteriana na Inglaterra e País de Gales é a United Reformed Church, enquanto que esta tradição também influenciou a Igreja Metodista, fundada em 1736. O presbiterianismo faz parte da família das igrejas reformadas dentro das denominações do Protestantismo Cristão e é baseado nos ensinamentos de João Calvino, tais como eles foram institucionalizados na Escócia por John Knox. Há muitas entidades autônomas em países por todo o mundo que subscrevem igualmente o presbiterianismo. Para além de distinções traçadas entre fronteiras nacionais, os presbiterianos também se dividiram por razões doutrinais, em especial no seguimento do Iluminismo. Apesar de a Igreja Presbiteriana ser oriunda da Reforma Protestante do século XVI, ela mantém o caráter católico da Igreja (traduzida literalmente e especificamente só como "Igreja Universal"), como declarado no Credo Niceno-Constantinopolitano, ainda que não submissa à autoridade do Bispo de Roma. É uma denominação cristã comprometida com valores éticos e morais. Os presbiterianos destacam-se pelo incentivo à educação, entre as inúmeras instituições presbiterianas espalhadas pelo mundo destacam-se a Yale University e o Instituto Mackenzie. Sua atuação no contexto social brasileiro, por exemplo, é marcante, através de instituições de ensino desde o infantil até o superior, que têm alcançado excelência e reconhecimento internacional, como por exemplo, Universidade Presbiteriana Mackenzie, Instituto Presbiteriano Gammon, entre outras.

d) Batistas e congregacionistas: Também tiveram origem nos reformadores mais radicais, na Inglaterra, que rejeitaram o protestantismo oficial da Igreja Anglicana. Advogam a separação da Igreja e do Estado. Rejeita o episcopalismo, adotando o governo da congregação (membros), tanto os batistas fundamentalistas, como os congregacionais ou congregacionalistas. Os congregacionais são mais numerosos também na Inglaterra e Estados Unidos, sendo bem menos numerosos no Brasil, com a União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, tradicional, a mais importante.

O regime de governo eclesiástico conhecido como Congregacional é um sistema onde cada congregação local é autônoma e independente. A igreja local possui autonomia para sua própria reflexão teológica, expansão missionária, relação com outras congregações e seleção de seu ministério. O Congregacionalismo está baseado nos seguintes princípios:

* Cada congregação de fiéis, unida pela adoração, observação dos sacramentos e disciplina cristã, é uma Igreja completa, não subordinada em sua administração a qualquer outra autoridade eclesiástica senão a de sua própria assembléia, que é a autoridade decisória final do governo de cada igreja local.

* Não existe nenhuma outra organização ou entidade maior ou mais extensa do que uma Igreja local a quem pode ser dada prerrogativas eclesiásticas ou ser chamada de Igreja.

* As igrejas locais estão em comunhão umas com as outras, são interdependentes e estão intercomprometidas no cumprimento de todos os deveres resultantes dessa comunhão. Por isso, se organizam em Concílios, Sínodos ou Associações. Entretanto, essas organizações não são Igrejas, mas são formadas por elas e estão a serviço delas.

O Congregacionalismo é o regime de governo mais comum em denominações como Anabatistas, Igreja Batista, Discípulos de Cristo, Igreja de Cristo no Brasil e obviamente a própria denominação que deu nome ao termo: a Igreja Congregacional.

e) Anglicanos: A Igreja Anglicana (também denominada Igreja da Inglaterra, em inglês Church of England) é a Igreja cristã estabelecida oficialmente na Inglaterra e é o tronco principal da Comunhão Anglicana Mundial, bem como um membro fundador da Comunhão de Porvoo. Fora da Inglaterra, a Igreja Anglicana é denominada Igreja Episcopal, principalmente nos Estados Unidos e na Austrália. Em 1534, a Igreja da Inglaterra (Anglicana) se separou em definitivo da Igreja Católica Romana, por iniciativa do rei Henrique VIII, valendo-se da questão com o Papa Clemente VII, relacionada com o pedido de anulação de seu casamento com Catarina de Aragão. Esta separação, não obstante tenha acontecido por interesses pessoais e políticos, era um velho sonho da Igreja da Inglaterra, que nunca tinha aceitado plenamente a dominação Romana. Não se pode, portanto, atribuir a Henrique VIII o título de fundador da Igreja Anglicana. Este processo de separação, em meio à Reforma Protestante, não marcava o surgimento de uma nova Igreja, mas sim a alforria definitiva de uma Igreja Cristã que se desenvolvia desde o século III de nossa era. (Ainda não se que essa igreja seja uma seita)

f) Anabatistas: ("re-batizadores", do grego "ana" e "baptizo"; em alemão: Wiedertäufer) são cristãos da chamada “ala radical” da Reforma Protestante. São assim chamados porque os convertidos eram batizados em idade adulta, desconsiderando o até então batismo obrigatório da igreja romana. Assim, re-batizavam todos os que já tivessem sido batizados em criança, crendo que o verdadeiro batismo só tem valor quando as pessoas se convertem conscientemente a Cristo. Os primeiros anabatistas que surgiram na Historia do Cristianismo foram assim denominados pelo Papa Estêvão I que descobriu que cerca de 80 bispos haviam realizado o 2º Concílio de Cártago, em 225 depois de Cristo, para legalizarem o re-batismo dos fiéis vindos de outras Igrejas que adotavam o "batismo regenerador". Esses bispos discordavam que as "águas batismais" eram as águas mencionadas no Evangelho de João Capítulo 3 e que a graça de Deus independia do Batismo. Nos sínodos da Frígia, em 225 depois de Cristo, esses bispos excomungaram a Igreja Romana. O Papa Estevão I tomou conhecimento e invalidou esses sínodos e excomungou todos os bispos no 2º Concílio de Roma que participaram, declarando que o re-batismo (anabatismo em grego) era uma heresia. Em primeira instância, os grupos que realizavam o re-batismo eram os adeptos do Montanismo e Novacianismo até o século IV, os seguidores do Donatismo até o século X na África, os paulícianos condenados pelo código justiniano pelo anabatismo em 525 depois de Cristo, expandindo a prática até meados da reforma, os Bogomilos nos Bálcãs e Bulgária do século IX até meados da reforma. A Reforma Protestante do século XVI reacendeu os princípios bíblicos da justificação pela fé e do sacerdócio universal foram novamente colocados em foco. Contudo, enquanto Lutero, Calvino e Zuínglio mantiveram o batismo infantil e a vinculação da igreja ao Estado, os anabatistas liderados por Georg Blaurock, Conrad Grebel e Félix Manz ansiavam por uma reforma mais profunda. Os anabatistas fundaram então sua primeira igreja no dia 21 de janeiro de 1525, próxima a Zurique, na Suíça, de acordo com a doutrina e conduta cristãs pregadas no Novo Testamento e testemunharam alegremente de sua nova vida em Cristo. É difícil sistematizar as crenças anabatistas daquela época, porque qualquer grupo que não era católico ou protestante e que batizava adultos, como os unitários socinianos ou semignósticos como Thomas Muentzer eram rotulados como anabatistas. Esses grupos, junto com os anabatistas constituem a Reforma Radical. Em "In nomine Dei", José Saramago retrata um conhecido episódio na história do movimento anabatista que teve lugar na cidade de Münster (no norte da Alemanha), onde entre 1532 e 1535 foi estabelecida uma teocracia nas linhas das orientações desta denominação. Depois de serem massacrados na Guerra dos Camponeses, os anabatistas sobreviveram na sua forma pacifista, como a Igreja Mennonita. Originalmente concentrados no vale do rio Reno, desde a Suíça até a Holanda, os anabatistas conquistaram adeptos de cultura germânica. Perseguidos pelo Estado e guerras, tiveram imigração em massa para a Rússia e América do Norte. No final do século XIX e começo do XX surgiram colônias na América do Sul (Paraguai, Argentina, Brasil, Bolívia), onde mantém suas culturas e fé. Muitos anabatistas conservadores vivem em comunidades rurais isoladas e desconfiam do uso de tecnologia. As principais denominações hoje anabatistas são: os mennonitas; Amish, famosos pelo estilo de vida conservador; hutteritas, que defendem um comunualismo, rejeitando propriedade individual. Os anabatistas influenciaram ainda outras denominações religiosas, como os quakers; batistas;dunkers e outras denominações protestantes que afirmam a necessidade de uma adesão voluntária à Igreja. (Ainda não se sabe se é uma seita)

g) Batistas: A igreja batista é uma denominação cristã caracterizada pela rejeição ao batismo infantil, optando em seu lugar pelo batismo de fé, geralmente através da imersão. O nome é derivado de uma comissão para que os seguidores de Jesus Cristo fossem batizados, os batistas interpretam o batismo - imergir em água - como uma exposição pública de sua fé. Enquanto o termo "batista" tem suas origens com os anabatistas, e às vezes foi visto como pejorativo, a denominação historicamente é ligada aos dissidentes ingleses, ou movimentos de anticonformismo do século XVI. O movimento batista surgiu na Inglaterra, num tempo de reforma religiosa intensa. Os batistas tipicamente são considerados protestantes. Alguns batistas rejeitam essa associação. A maioria das igrejas batistas escolhem associar-se com grupos que fornecem apoio sem controle. A maior associação batista é a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, mas, há muitas outras associações de batistas no mundo. No Brasil, as maiores são a Convenção Batista Brasileira e a Convenção Batista Nacional. As Igrejas Batistas formam uma família denominacional protestante de origem inglesa. Estão presentes em quase todos os países do globo. No ano de 2007 existiam 37 milhões de membros e 170 mil igrejas espalhados pelo mundo, sendo que 21 milhões apenas nos Estados Unidos e Canadá, e cerca de 2 milhões no Brasil. A história academicamente aceita sobre a origem das Igrejas Batistas é a sua incepção como um grupo de dissidentes ingleses no século XVII. A primeira igreja batista nasceu quando um grupo de refugiados ingleses que foram para a Holanda em busca da liberdade religiosa em 1608, liderados por John Smyth, um clérigo e Thomas Helwys, um advogado, organizaram em Amsterdã, em 1609 uma igreja de doutrinas batistas. John Smyth discordava da política e de alguns pontos da doutrina da Igreja Anglicana da qual ele era pastor após uma aproximação com os menonitas e, examinando a Bíblia, creu na necessidade de batizar-se com consciência e em seguida batizou os demais fundadores da igreja, constituindo-se assim a primeira igreja batista organizada. Até então, o batismo não era por imersão, só os batistas particulares por volta de 1642 adotaram oficialmente essa prática tornando-se comum depois a todos os batistas. A primeira confissão dos particulares, a Confissão de Londres de 1644, também foi a primeira a defender o imersionismo no batismo. Depois da morte de John Smyth e da decisão de Thomas Helwys e seus seguidores de regressarem para a Inglaterra, a igreja organizada na Holanda desfez-se e parte dos seus membros uniram-se aos menonitas. Thomas Helwys organizou a Igreja Batista em Spitalfields, nos arredores de Londres, em 1612. A perseguição aos batistas e a outros dissidentes ingleses, fez com que muitos emigrassem. O mais famoso foi John Bunyan, que escreveu sua obra-primaO Peregrino enquanto estava preso. Nos Estados Unidos, a primeira igreja batista nasceu através de Roger Williams, que organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele fundou com o nome de Rhode Island, e John Clark que organizou a Igreja Batista de Newport, também em Rhode Island em 1648. Em terras americanas os batistas cresceram principalmente no sul, onde hoje sua principal denominação, a Convenção Batista do Sul, conta com quase 15 milhões de membros, sendo a maior igreja evangélica dos Estados Unidos. Existem ainda outras teorias sobre a origem dos batistas, mas que são rejeitadas pela historiografia oficial. São elas a teoria de Sucessão Apostólica, ou JJJ (João - Jordão - Jerusalém) e a teoria anabatista. Ambas são rejeitadas pelos historiadores batistas Henry C. Vedder e Robert G. Torbet. A teoria de sucessão apostólica postula que os batistas atuais descendem de João Batista e que a igreja continuou através de uma sucessão de igrejas (ou grupos) que batizavam apenas adultos, como os montanistas, novacianos, donatistas, paulícianos, bogomilos, albigenses e cátaros, valdenses e anabatistas. Os batistas landmarkistas utilizam este ponto de vista para se autoproclamar única igreja verdadeira. Essa teoria apresenta alguns problemas, como o fato que grupos como bogomilos e cátaros seguiam doutrinas gnósticas e o gnosticismo é contrário às doutrinas batistas de hoje. Também, alguns desses grupos que sobrevivem até o presente, igrejas como a dos valdenses (que desde a Reforma é uma denominação Calvinista) ou dos paulicianos, não se identificam com os batistas. A teoria anabatista é aquela que afirma que os batistas descendem dos anabatistas, que pregaram sua mensagem no período da Reforma Protestante. O evento mais citado para apoiar essa teoria foi o contato que John Smyth e Thomas Helwys com os menonitas na Holanda. Todavia, além de em 1624 as cinco igrejas batistas existentes em Londres terem publicado um anátema contra as doutrinas anabatistas, também os anabatistas modernos rejeitam ser denominados batistas e há pouca relação entre os dois grupos.

Ambos os grupos possuem algumas similaridades:

* Crença no Batismo adulto e voluntário;


* Visão do Batismo e da Santa Ceia como ordenanças;

* Separação da Igreja e Estado.

Existem algumas diferenças entre os batistas e os anabatistas modernos (por exemplo, os menonitas):

1) Os anabatistas normalmente praticam o Batismo adulto por aspersão e não por imersão como os batistas;

2) Os anabatistas são pacifistas extremos e recusam a jurar;

3) Os anabatistas creem em uma doutrina seminestoriana sobre a Natureza de Cristo, que não recebeu nenhuma parte humana de Maria;

4) Os anabatistas enfatizam a vida comunal enquanto os batistas a liberdade individual;

5) Os anabatistas recusam a participar do Estado, enquanto os batistas podem ser funcionários públicos, prestar serviço militar, possuir cargos políticos;

6) Os anabatistas creem em um estado de sono da alma entre a morte e a ressurreição.

h) Metodistas: O metodismo foi um movimento de avivamento espiritual cristão ocorrido na Inglaterra do século XVIII que enfatizou a relação íntima do indivíduo com Deus, iniciando-se com uma conversão pessoal e seguindo uma vida de ética e moral cristã. O metodismo foi liderado por John Wesley, eclesiástico da Igreja Anglicana, e seu irmão Carlos Wesley, considerado um dos maiores expoentes da música sacra protestante. O metodismo teve seu início nos meados do século XVIII na Inglaterra. Era uma época em que a sociedade inglesa passava por rápidas transformações. Milhares de pessoas saíam da zona rural, que era controlada por grandes proprietários, para procurar trabalho nas novas indústrias das cidades. Nesse tempo o povo vivia na miséria trabalhando longas horas e só ganhando o mínimo necessário para sua sobrevivência. As pessoas moravam em cortiços, sem as mínimas condições e não tinham acesso a médicos quando ficavam doentes. As crianças não iam à escola porque em geral trabalhavam para ajudar seus pais. Havia grande número de alcoólatras. O povo estava frustrado e desiludido. Em 1730 João e Carlos Wesley, William Morgan e Bob Kirkham começaram a reunir-se em Oxford para estudar juntos, organizando uma pequena sociedade, o chamado Clube Santo. Esforçavam-se por levar uma vida devocional disciplinada e regularmente se dedicavam a ensinar os órfãos, visitar os presos, cuidar dos pobres e idosos. Ali, foram eles, pela primeira vez, chamados "metodistas". Esse nome foi decorrente do rigor com que desenvolviam suas práticas de vida e de cristianismo, com muita disciplina e método. Na realidade, João Wesley não se propôs a fundar uma nova Igreja ou denominação, mas grupos de renovação na Igreja da Inglaterra. As circunstâncias históricas, como a independência dos Estados Unidos, obrigou o Metodismo a constituir-se finalmente em uma denominação ou Igreja, tal fato sucedendo contra os desejos e propósitos originais do reavivalista. Wesley sempre considerou a si mesmo como um ministro da Igreja da Inglaterra (Igreja Anglicana). Não queria separar-se dela; queria, sim, reformá-la por dentro. Por isso o nome que deu aos primeiros grupos metodistas foi o de sociedades. Não de Igrejas ou igrejas. Era a idéia de classes ou bands (guarda similaridade com as células) que, por seu intenso fervor e sua atividade renovadora, fossem dentro do corpo da Igreja um novo e poderoso elemento de vida. O avivamento espiritual promovido por João Wesley e seus cooperadores visava a santidade de vida, a harmonização da vontade do homem com a vontade de Deus.

2) Denominações pentecostais: originárias em movimento do início do século XX é baseando na crença na presença do Espírito Santo na vida do crente através de sinais, denominados por estes como dons do Espírito Santo, tais como falar em línguas estranhas (glossolalia), curas, milagres, visões etc. Destacam-se nesta vertenteAssembleia de Deus,Igreja Presbiteriana Renovada, O Brasil para Cristo, Congregação Cristã, Igreja Cristã Maranata e a Igreja do Evangelho Quadrangular. Embora batistas sejam históricos, também existem batistas que são considerados mais pentecostais.

Para alguns o pentecostalismo moderno teve início em 1901, no Colégio Bíblico Betel, em Topeka, no Estado do Kansas, quando a fiel Agnes Ozman recebeu o carisma das línguas pela imposição de mãos do Pastor Charles Fox Parham. A dúvida inicialmente pairava se aquelas línguas eram línguas existentes (xenoglossia) ou desconhecidas (glossolalia). Todavia, tradicionalmente, reconhece-se o início do movimento pentecostal no ano de 1906, em Los Angeles, nos Estados Unidos, na Rua Azusa, onde houve um grande avivamento caracterizado principalmente pelo "batismo com o Espírito Santo", evidenciado pelos dons do Espírito (glossolalia, curas milagrosas, profecias, interpretação de línguas e discernimento de espíritos, dentre outros). No entanto, o batismo com dons do Espírito Santo não era totalmente novo no cenário protestante. Existem inúmeros relatos de pessoas que clamam ter manifestado dons do Espírito em muitos lugares, desde Martinho Lutero (apesar de controversos quanto a veracidade) no século XVI até de alguns protestantes da Rússia, no século XIX. Devido à projeção que ganhou na mídia, o avivamento na Rua Azusa rapidamente cresceu e, subitamente, pessoas de todos os lugares do mundo estavam indo conhecer o movimento. No começo, as reuniões na Rua Azusa aconteciam informalmente, eram apenas alguns fiéis que se reuniam em um velho galpão para orar e compartilhar suas experiências, liderados por William Seymour (1870-1922). Rapidamente, grupos semelhantes foram formados em muitos lugares dos EUA, mas com o rápido crescimento do movimento o nível de organização também cresceu até o grupo se denominar Missão da Fé Apostólica da Rua Azusa. Alguns fiéis não concordaram com a denominação do grupo. Surgiram grupos independentes que emergiram em denominações. Também algumas denominações já estabelecidas adotaram doutrinas e práticas pentecostais, como é o caso da Igreja de Deus em Cristo.

Mais tarde, alguns grupos ligados ao movimento pentecostal começaram a crer no unicismo em vez da triunidade (trindade). Com o crescimento da rivalidade entre os que criam no unicismo e os que criam na trindade, ocorre um cisma e novas denominações nasceriam como a Igreja Pentecostal Unida (unicista) e as Assembleia de Deus (trinitária).

3) Denominações neopentecostais: originárias na segunda metade do século XX de avanço das igrejas pentecostais, não configuram uma categoria homogênea possuindo muita variedade nesse meio. Algumas possuem aceitação de músicas de vários estilos, outras adquiriram o formato G-12. Destacam-se nesta vertente a Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Igreja Apostólica Fonte da Vida, Igreja Internacional da Graça de Deus, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, Igreja Evangélica Cristo Vive, Ministério Internacional da Restauração, Igreja de Nova Vida, Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo, Igreja Bola de Neve e aIgreja Unida. É o ramo que mais cresce no Brasil e no mundo.

O neopentecostalismo é uma vertente do evangelicalismo que congrega denominações oriundas do pentecostalismo clássico ou mesmo das igrejas cristãs tradicionais. Surgiram sessenta anos após o movimento pentecostal do início do século XX (1906, na Rua Azuza), ambos nos Estados Unidos da América.

Em alguns lugares são chamados de carismáticos, tendo como exceção o Brasil, onde essa nomenclatura é reservada exclusivamente para um movimento dentro da Igreja Católica chamado Renovação Carismática Católica.

O Movimento Carismático ou Neopentecostal principiou-se nas denominações históricas (Metodista, Batista, Presbiteriana, etc). Assim surgem: A Convenção Batista Nacional, que reúne as igrejas de "renovação espiritual", incluindo a Batista da Lagoinha desde 1967 (são moderadas, conhecidas como "renovadas"); As Igrejas Pentecostais Sinais e Prodígios, fundada em 1970; A Igreja Renascer em Cristo, em 1986. Surgem também as denominações novas, não oriundas de igrejas históricas, mas de líderes hábeis e influentes. Tal é o caso de: Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), fundada por Edir Macedo em 1977 no Brasil; Igreja da Graça, fundada por R.R. Soares. Igreja Apostólica Deus é Vida, fundada por Ismael Torquato em 2004 no Brasil.

No Brasil algumas igrejas que representam os neopentecostais são:

* Igreja Apostólica Deus é Vida

* Videira Igreja em Células

* Convenção Batista Nacional

* Igreja Universal do Reino de Deus

* Igreja Apostólica Renascer em Cristo

* Igreja Internacional da Graça de Deus

* Ministério Internacional da Restauração

* Igreja Apostólica Fonte da Vida

* Igreja Celular Internacional

* Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo

* Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra

* Ministério Apascentar

* Igreja Comunhão Plena

* Igreja Novo Destino

* Igreja Mundial do Poder de Deus

* Igreja Bola de Neve

* Igreja Tabernáculo Evangélico de Jesus

* Igreja Evangélica Templo das Águias

* Missão Socorrista Evangélica

* O Movimento G 12 ou Mover Celular

Entretanto, não formam um movimento homogêneo, sendo atribuído esta classificação apenas por teóricos da religião, e responsável pelo crescimento exponencial do protestantismo no Brasil e no mundo.

Além desses três ramos majoritários sectários cristãos, ainda existem outros segmentos minoritários do falso Cristianismo. Em geral se enquadram em uma das seguintes categorias:

Restauracionismo: são doutrinas surgidas após a Reforma Protestante cujas bases derrogam as de todas as outras tradições cristãs, basicamente tendo como ponto em comum apenas a crença em Jesus Cristo. A maioria deles não se considera propriamente “protestante” ou “evangélico” por possuírem grandes divergências teológicas. Nesta categoria estão enquadradas a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a Igreja Adventista do Sétimo Dia e as Testemunhas de Jeová, entre outras denominações. (essas três igrejas são seitas pseudocristãs!) Quanto às Testemunhas de Jeová, embora afirmem ser cristãs, também não se consideram parte do protestantismo. Os testemunhas aceitam a Jesus como criatura, de natureza divina, seu líder e resgatador, rejeitando, no entanto a crença na Trindade e ensinando que Cristo é o filho do único Deus, Jeová, não crendo que Jesus é Deus. Testemunhas de Jeová são pura seita pseudocristã e antibíblica.

Cristianismo primitivo: são as Igrejas cujas bases são anteriores ao estabelecimento do catolicismo e da ortodoxia. É o caso das Igrejas não-calcedonianas (ex:Igreja Ortodoxa Copta, Igreja Ortodoxa Armênia); e daIgreja Assíria do Oriente (Nestoriana).

Cristianismo esotérico: é a parte mística do Cristianismo, e compreende as escolas cristãs de mistérios e sincretismoreligioso. A este ramo pertence o Gnosticismo que é uma crença com raízes antecedentes ao próprio cristianismo e que tem características da ciência egípcia e da filosofia grega. O Rosacrucianismo também se enquadra nessa vertente sendo uma ciência oculta cristã que ressalta as boas ações por meio da fraternidade.


Espiritismo: algumas vezes é contestado como sendo uma vertente do Cristianismo. Os simplesmente espíritas não acreditam que uma pessoa ou ser, como Jesus Cristo, pode redimir "os pecados" de uma outra, contudo para a maior parte dos adeptos do espiritismo a obra de Allan Kardecconstitui uma nova forma de cristianismo, ou então um resgate do cristianismo primitivo, que não inclui os dogmas adicionados pela Igreja Católica em seus diversos Concílios. Inclusive, um dos seus livros fundantes é denominado de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Esse livro apresenta uma reinterpretação de aspectos da filosofia e moral cristã, crendo em parte na Bíblia Sagrada.

Aqui estão a tabela e a lista completa de denominações cristãs e pseudocristãs:

Denominações evangélicas no Brasil


Protestantismo Histórico
Luteranos
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil • Igreja Evangélica Luterana do Brasil • Igreja Evangélica Livre do Brasil
Anglicanos
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil • Igreja Anglicana do Brasil • Igreja Cristã Episcopal Reformada • Igreja Anglicana Ortodoxa • Igreja Episcopal do Evangelho Pleno • Igreja Episcopal Anglicana Livre • Igreja Episcopal Evangélica • Igreja Episcopal Carismática • Diocese Anglicana do Recife
Calvinistas e
Igrejas Reformadas
Congregacionais: Igreja Cristã Evangélica do Brasil • Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil • União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil
Presbiterianos: Igreja Presbiteriana do Brasil • Igreja Presbiteriana Independente do Brasil • Igreja Presbiteriana Unida do Brasil • Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil • Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil • Igreja Evangélica Cristã Presbiteriana
Anabatistas
Igreja Mennonita • Igreja dos Irmãos
Protestantismo Tardio
Batistas
Convenção Batista Brasileira • Convenção Batista Nacional • Convenção das Igrejas Batistas Independentes • Igreja Batista Regular • Igreja Batista Conservadora • Igreja Batista do Sétimo Dia • Comunhão Batista Bíblica Nacional • Comunidade Batista Cristã
Metodistas
Igreja Metodista • Igreja Metodista Livre • Igreja Metodista Wesleyana • Igreja Wesleyana Unida
Metodistas Calvinistas
Igreja Cristã Episcopal Reformada
Campbelitas
Igrejas de Cristo • Discípulos de Cristo
Outros
Casa de Oração – Irmãos • Igreja Evangélica Brasileira • Exército de Salvação
Pentecostais
Pentecostais Clássicos
Assembleias de Deus • Congregação Cristã no Brasil • Missão Evangélica Pentecostal do Brasil • Igreja de Cristo no Brasil • Igreja de Deus no Brasil
Deutero-Pentecostais
Igreja do Evangelho Quadrangular • Igreja Pentecostal Deus é Amor • Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil Para Cristo • Catedral da Bênção • Igreja Unida
Neopentecostais
Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra • Igreja Internacional da Graça de Deus • Igreja Universal do Reino de Deus • Igreja Pentecostal de Nova Vida • Igreja Evangélica Cristo Vive • Missão Cristã Pentecostal • Igreja Apostólica Renascer em Cristo • Igreja Apostólica Novo Destino • Igreja Apostólica Fonte da Vida • Bola de Neve Church • Ministério Internacional da Restauração • Igreja Pentecostal de Jesus Cristo
Avivados ou Nenovados
Igreja Cristã Maranata • Igreja Evangélica Cristã Presbiteriana • Igreja Presbiteriana Renovada • Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil • Convenção Batista Nacional • Comunidade Batista Cristã • Comunidade Evangélica Paz e Vida • Igrejas Batistas Independentes no Brasil • Igreja Adventista da Promessa • Igreja Metodista Wesleyana • Igreja Wesleyana Unida • Igreja Assembléia de Deus Betesda
Restauracionismo
Adventismo
Igreja Adventista do Sétimo Dia •Sinagoga adventista • Igreja Adventista do Sétimo Dia Movimento de Reforma • Igreja Adventista da Promessa • Igreja Adventista Brasileira • Igreja Cristã Bíblica Adventista • Conferência Geral da Igreja de Deus • Igreja de Deus do Sétimo Dia •Congregação Israelita da Nova Aliança •Igreja de Deus Mundial
Testemunhas de Jeová
Estudantes da Bíblia • Testemunhas de Jeová
Mormonismo
Os Santos dos Últimos Dias
Outros
Igreja Cristã Primitiva • Ciência Cristã •Mensagem de William Branham • Igreja Remanescente Dualista dos Primogênitos •Cristadelfianos

FONTES DE PESQUISAS 

O DESAFIO DO NEOPENTECOSTALISMO E AS IGREJAS REFORMADAS
Alderi Souza de Matos

[1] Ver o estudo da Comissão Permanente de Doutrina da IPB. Igreja Universal do Reino de Deus: sua teologia e sua prática. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1997, p. 20-21.

[2] Ver Alderi S. Matos. Edward Irving: precursor do movimento carismático na igreja reformada. Fides Reformata 1:2 (Jul-Dez 1996), p. 5-12.

[3] Ver o estudo de Émile-G. Léonard, O iluminismo num protestantismo de constituição recente (São Paulo: Programa Ecumênico de Pós-Graduação em Ciências da Religião, 1988). Para o professor Léonard, “iluminismo” significa misticismo, iluminação interior.

[4] Para as origens teológicas e históricas do pentecostalismo norte-americano, ver Donald W. Dayton, Theological roots of Pentecostalism. Peabody, Massachusetts: Hendrickson Publishers, 1987.

[5] Paul Freston. Breve história do pentecostalismo brasileiro. Em: Alberto Antoniazzi e outros. Nem anjos nem demônios: interpretações sociológicas do pentecostalismo. Petrópolis: Vozes, 1994, p. 70-71.

[6] Fazendo um levantamento do protestantismo brasileiro em 1931, Erasmo Braga curiosamente menciona apenas de passagem as igrejas pentecostais. Todavia, os dados estatísticos que aduz ao final do livro mostram que a Assembléia de Deus já despontava como uma das principais denominações presentes no país. Erasmo Braga e Kenneth G. Grubb. The Republic of Brazil: a survey of the religious situation. Londres: World Dominion Press, 1932, pp. 69, 101s, 141.

[7] Freston faz uma observação interessante sobre a Assembléia de Deus: no período em questão (1910-1950), ela tornou-se a igreja protestante nacional por excelência, sendo a única grande igreja evangélica a implantar-se e irradiar-se fora do eixo Rio-São Paulo. “Breve História”, p. 70-71.

[8] Escrevendo em 1952, o professor Émile-G. Léonard opinava haver nas Congregações Cristãs “uma profunda fraqueza, que faz com que não as possamos considerar absolutamente protestantes” – o limitado papel reservado à Bíblia. O protestantismo brasileiro: estudo de eclesiologia e história social. 2ª ed. São Paulo: JUERP/ASTE, 1981, p. 350.

[9] Freston, “Breve História”, p. 72.

[10] Duncan Alexander Reily. História documental do protestantismo no Brasil. 2ª impr. rev. São Paulo: ASTE, 1993, p. 388-391.

[11] Ibid., 376-378; Freston, “Breve História”, p. 124-25. Freston opina que a filiação foi um “casamento de conveniências”. O CMI precisava de pentecostais e Manoel de Mello, embora discordasse da teologia do CMI, queria publicidade e auxílio para projetos sociais.

[12] Reily, História Documental, p. 378-79.

[13] A Igreja Deus é Amor até hoje não utiliza a televisão, mas é proprietária de uma rede de emissoras de rádio e transmite os seus programas para toda a América Latina. Ver Leonildo S. Campos, O milagre no ar: levantamento de técnicas persuasivas num programa radiofônico em São Paulo. Simpósio – Revista Teológica da ASTE 5/2 (dezembro de 1982).

[14] Freston, “Breve História”, p. 71.

[15] Nesse sentido, designa aqueles grupos pentecostais que surgiram fora das grandes denominações brasileiras, pentecostais ou protestantes, fundados e liderados por empreendedores religiosos que preferiram estabelecer-se por conta própria, sem vínculos, inclusive, com missões estrangeiras. Ver Leonildo Silveira Campos, Teatro, templo e mercado: organização e marketing de um empreendimento neopentecostal. Petrópolis e São Paulo: Vozes/Simpósio/UMESP, 1997, p. 18.

[16] Leonildo Silveira Campos, “Protestantismo Histórico e Pentecostalismo no Brasil: Aproximações e Conflitos,” em Na Força do Espírito: Os Pentecostais na América Latina – Um Desafio às Igrejas Históricas (São Paulo: Pendão Real, 1996), 84.

[17] Freston, “Breve História”, p. 132-33.

[18] Ver Charismatic movement, em Stanley M. Burgess e Gary B. McGee (orgs.). Dictionary of Pentecostal and Charismatic movements. Grand Rapids: Zondervan, 1988, p. 130.

[19] Sobre a relação entre a IURD e a teologia da prosperidade, ver Freston, “Breve História”, p. 146-153.

[20] Freston, “Breve História”, 153-56. Para uma análise completa da IURD em toda a sua complexidade, ver a obra de Leonildo S. Campos, Teatro, Templo e Mercado. Campos é professor da Universidade Metodista de São Paulo, no programa de Ciências da Religião.

[21] A revista Veja publicou uma entrevista com o bispo Von Helde na sua edição de 1º de novembro de 1995, p. 50-53. O episódio do “chute na santa” exacerbou ainda mais uma confrontação entre a IURD e a Rede Globo que vinha ocorrendo há vários meses.

[22] Revista Veja, 20 de janeiro de 1999.

[23] Por “pentecostalismo autônomo” são designadas as denominações dissidentes do pentecostalismo clássico (oriundo dos Estados Unidos) e/ou formadas em torno de lideranças fortes.

[24] Ver Hank Hanegraaff. Christianity in crisis. Eugene, Oregon: Harvest House Publishers, 1993, p. 61-102.

[25] Sobre esse tema, ver o excelente estudo do Dr. Augustus Nicodemus Lopes. O que você precisa saber sobre batalha espiritual. 2ª ed. revisada e ampliada. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1998.

[26] Paulo Romeiro. Evangélicos em crise: decadência doutrinária na igreja brasileira. 3ª ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1997, p. 88-89.

[27] Ibid., p. 183-84.

[28] Ver Alderi S. Matos. Jonathan Edwards: teólogo do coração e do intelecto. Fides Reformata 3/1 (Jan-Jun 1998), p. 72-87.

[29] Por exemplo, John F. MacArthur, Jr. Os carismáticos: um panorama doutrinário. 3ª ed. São José dos Campos: Editora Fiel, 1995.

COMICHÃO  NOS OUVIDOS Adão de Santana - Teólogo e bacharel em teologia, escritor de várias obras e matérias apostiladas é Pastor Presidente da Assembleia de Deus Ministério Hope, com Sede-Matriz à Rua Brasília Teixeira Seckler, 186 – Centro – Mongaguá-SP. 
Mais Informações: (13) 3448-2031

Diferença entre igrejas Pentecostal, Neopentecostal e tradicional