RENATO SANTOS 20-11-2017 Atualizando a notícia, o prefeito Dória mandou afastar os funcionários envolvidos no caso do ator Diego, quando foi vítima de agressão, e ainda solicitou a empresa a treinar os funcionários do terminal.
O terminal Parque dom Pedro II, volta a ser palco de notícias, por causa da agressão que DIOGO CINTRA, sofreu por parte de seguranças , mas, em 2010, a passarela que passa em cima do terminal foi palco de assaltos, com mais de 50 registros de Boletim de Ocorrência.
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foto do perfil da rede social do DIOGO CINTRA |
Os chamados segurança não servem pra nada, a não ser ficar de olho com os vendedores ambulantes que agem no local, a trata-lo com violência com truculência, mas, em questão de assaltos ou seus similares, eles não atuam.
Nem mesmo para ajudar os usuários idosos para subir nos ônibus, ou atravessar nas faixas de pedestres, só comem bebem, e mais nada, a EMPRESA SOCICAM precisa ser responsabilizada pelo ato, não é a primeira vez que acontece, alias a suas funções também, é de proibir os usuários de tirarem ou filmarem no local, e servir da segurança pra empresas de ônibus que tem linhas que são uma vergonha, caso alguém reclame eles estão preparados pra usar a fronta, isso acontece deste 2010, passou prefeitos e nada foi feito, é uma vergonha.
CASO 2010
Antes de entrar na passagem de pedestres entre o Parque D. Pedro II e o Palácio das Indústrias - onde funciona o Catavento Cultural -, no centro de São Paulo, o monitor Igor Batista, de 28 anos, viu o grupo que o esperava. Eram sete, mas apenas dois se aproximaram. Armados com facas de açougueiro, eles jogaram spray de pimenta em seu rosto e o esfaquearam na barriga e na mão. Os assaltantes levaram carteira, dinheiro e o celular. "Não deu tempo de me defender."
Por causa da violência, o local recebeu dos monitores do museu e de moradores da região o apelido de "Faixa de Gaza", região marcada por conflitos entre israelenses e palestinos. Em oito meses, pelo menos 50 funcionários do Catavento foram abordados por assaltantes, segundo a Polícia Militar.
Os criminosos se disfarçam de moradores de rua para abordar os que passam pelo trecho, que liga a Avenida do Estado à Rua do Gasômetro. Para orientar os funcionários, a administração do museu colocou um cartaz informando procedimentos de segurança. "Orientam a gente a sair em grupos e dizem que existem vigilantes nos horários de saída dos monitores, mas eu só vejo esse segurança uma vez por dia", contou o monitor Tarcísio Lopes.
Os funcionários do Catavento são os que mais sofrem com a violência. Segundo a PM, pelo menos 23 tiveram algum objeto levado pelos criminosos. Outros 27 funcionários foram vítimas de tentativas de assalto.
Outro Caso
É o caso de Juliana Cambaúva, de 30 anos. A educadora foi abordada ao sair da Estação Pedro II do Metrô. "Uns garis viram o que aconteceu e começaram a jogar pedras nele (assaltante), que reagiu batendo em mim." Um motociclista a socorreu, golpeando o agressor. "Ele não roubou nada, mas registrei boletim por agressão."
No entanto, o registro de ocorrências não é comum nesse tipo de crime. "A polícia faz uma ação inteligente, que leva em consideração o número de ocorrências registradas, para movimentar as viaturas", afirmou o capitão Renato Natale, comandante interino do 45º Batalhão, que atua no centro.
Visitantes também foram vítimas de assaltos, segundo Lopes. "Já ouvi casos, mas não sei como fazem para garantir a segurança deles." A administração do Catavento informou que tomou medidas de segurança. Um portão foi instalado na passagem para que os funcionários possam entrar sem ter de atravessar o local. "Como são sempre as mesmas pessoas que andam e assaltam pela região, tenho medo de que alguém entre comigo", ressaltou Juliana.
Segundo Sueli Breciane, diretora administrativa financeira do Catavento, o problema vai além da região. "A situação que enfrentamos não é diferente do resto da cidade. Incidentes acontecem não somente naquela faixa e o Catavento já tomava providências para aumentar a segurança", afirmou. Ela diz que um vigilante percorre a lateral da passagem durante os horários de entrada e saída de monitores e a segurança é reforçada no espaço interno.
"O museu tem uma localização ótima, com acesso facilitado por metrô e ônibus. O estacionamento é caro (R$ 10) e as famílias usam o transporte público para chegar, mas não têm segurança", afirmou Juliana. Ela lembrou que uma viatura policial costumava ficar no local. "Vi até morador de rua agradecendo a polícia por estar lá. Não entendo por que não continuaram."
O respeito cabe a todos, não importa sua ideologia, crença, cor, etnia , é usuário do sistema, cabe a empresa responsável ser acionada pela Justiça, o caso do Diego chama atenção por que as agressões sempre ocorrem nesse e outros terminais de ônibus de São Paulo, se nada for feito, vai continuar, eles não são preparados para trabalhar com público, usam mesmo de agressões físicas e truculência.
Diogo desabafou na sua rede social :
Eu tava andando na rua depois de sair de uma balada por volta das 5h da manhã. Estava próximo do Terminal Parque Dom Pedro II quando fui abordado por dois homens, que pediram meu celular e meu dinheiro. Eu reagi e saí correndo pra tentar me abrigar no próprio Terminal de ônibus. Chegando lá, ainda sendo perseguido eu tentei pedir ajuda pra uma segurança, que virou pra mim e disse: “Meu, só corre. Sai daqui”. Eu corri pra pedir ajuda pra outros seguranças que estavam lá. E aí os mesmos homens que me abordaram poucos minutos antes, apareceram – agora em maior número – dizendo que era eu que tinha roubado eles. Os seguranças acreditaram neles sem pensar duas vezes e aí começaram a me segurar com força e violência. Eu gritava tentando argumentar com os caras, dizendo que o celular que eu tinha no bolso era meu e que eu não tinha roubado porra nenhuma. Tentei provar isso mostrando o conteúdo que havia no aparelho, mas ele tava descarregado. Mas sempre que eu tentava falar algo, o segurança me mandava calar a boca. Assumindo logo de cara que eu era o culpado, ele me entregou pros caras, que me arrastaram para fora da estação, e lá do lado de fora eu fui ESPANCADO por eles. O segurança chegou a perguntar o que eles iam fazer comigo, e disseram que iam me levar pro “rio”. Apavorado com o que poderiam fazer comigo, entrei em desespero e comecei a me debater. Quando consegui me soltar, saí correndo, mas os caras tinham três cachorros com eles. Eu fui atacado pelos cães. Pela misericórdia do meu pai Exu, uma das meninas que tava com eles pediu que parassem, que já tinham batido em mim o suficiente. Assim eu conseguiu fugir e voltar pro terminal. Eu fiquei cheio de mordidas e arranhões, além dos hematomas.
O segurança que há pouco me entregara apareceu na maior cara de pau me oferecendo uma cadeira de rodas e querendo me levar pra um AMA. Eu recusei e disse que apenas queria ir embora. Ainda insistindo, o segurança apenas disse “então você está por sua conta e risco”. E falei que tudo certo, entrei num ônibus e fui pra casa de um amigo pra pedir ajuda, ferido e coberto de sangue. Com a ajuda dele e de duas amigas, eu fui pro hospital, recebi o devido tratamento médico e agora passo bem e estou me recuperando. Por pouco, eu não fui morto por uma injustiça e por conta de um ato racista. Racista, porque eu sou negro e estava simplesmente andando de madrugada. Racista porque ninguém naquela noite acreditou em mim, e além de ser assaltado, fui sentenciado por pessoas que nem quiseram me ouvir falar. Por que diabos automaticamente o segurança assumiu que eu era o bandido e que os outros caras estavam falando a verdade? E o pior, o segurança também era negro. O que diabos levou a ele a não sentir sequer o mínimo de empatia por mim? Por que ele não chamou a polícia para resolver a situação, ao invés de simplesmente me enxergar como um bandido e me entregar pros cães?
E eu não fiz porra nenhuma aquela noite. O meu crime foi ter reagido a um assalto ou simplesmente sair pra andar de madrugada na rua. Eu sou só um ator, um “vagabundo”, que passa dia e noite tentando manter minha dignidade, ganhando meu dinheirinho e fazendo o que eu posso através da Arte. Eu inclusive participei recentemente de uma peça de Teatro voltada ao público escolar para falar do quanto negros como eu são sentenciados à morte no nosso país, culpados por crimes simplesmente por serem negros. O racismo mata todos os dias! Eu fui vítima não só de racismo, mas do absurdo e da violência que pessoas que tentam fazer "justiça com as próprias mãos" são capazes. Fui entregue por pessoas que provavelmente acharam estar fazendo o justo e o correto. Seguranças me entregaram só por ser negro a assaltantes que deixaram claro que iriam fazer muito mal a mim. Seguranças que concluíram, numa só olhada, que diante deles havia um ladrão. A próxima vez que vocês ouvirem falar sobre racismo, e quiserem culpar a "galera do direitos humanos", não pensem só no retrato estereotipado que vocês fazem dos negros no nosso país.
Peço que compartilhem esse texto. Encontraremos os responsáveis, e eles serão levados à justiça. E, até lá, iremos conscientizar todas as pessoas sobre o que ocorreu, porque todos os dias esse tipo de escândalo acontece. O meu caso é só mais um caso. Negros estão sendo assassinados todos os dias. Pelo nosso governo, pela nossa polícia, e por nossos cidadãos.
Quantos Diogos ainda vão ter que passar por isso?