Quem trabalha como terceirizado sabe muito bem que é um verdadeiro corte na carne, uma dificuldade nas audiências trabalhistas,e fica pior ainda quando as empresas fecham suas portas e o trabalhador fica na mão.
No dia primeiro de Maio, Na comemoração, nem todos estavam familiarizados com o PL 4330/2004. A família do agricultor Emerson Marciano de Lima, por exemplo, saiu da cidade de Sete Barras, no interior do Estado, às 5h desta sexta. Com cinco filhos de idade entre dez e um ano, ele e a mulher, Denise de Almeida, de 25 anos, disseram não saber o significado da medida. Após uma breve explicação, Denise disse se lembrar do significado da palavra.
Em conversa com a imprensa, Vagner Freitas, presidente da CUT, afirmou que a ideia é "Estamos fazendo uma unidade em torno da defesa da classe trabalhadora e do povo do Brasil. Nosso movimento é pelos direitos contra a direita, contra o avanço conservador que tira direito dos trabalhadores e quer criminalizar uma crianca de 16 anos".
Freitas classificou ainda o PL 4330/2004 como uma ousadia da direita. "Nem a ditadura fez isso. Eles querem é acabar com a carteira assinada, demitir trabalhadores e precarizar o mercado de trabalho brasileiro".
Ele reiterou também que a CUT defende o governo federal, mas que é contra os ajustes fiscais e a corrupção na Petrobras. "Nó entendemos que está se criando uma privatização da estatal, para que ela seja entregue a preço de banana para o capital internacional".
ato contou com a presença de representantes islâmicos, do candomblé e das igrejas presbiteriana e católica. Para o frei David, representante da igreja catolica, "vivemos um momento de perda de direitos. A terceirização é violência contra Deus".
Ele criticou também as instâncias do Executivo Federal, Estadual e Municipal por não incluir negros e índios no governo.
"A presidente Dilma [Rousseff], apesar dos apelos e indicação de mais de dez nomes, não considerou um negro ou indígena. Só nosso voto serve. Nossos intelectuais não servem para compor o governo", afirma.
Além deles, Miguel Rosseto, da Secretaria Geral da Presidência, e Edinho Silva, da Comunicação Presidencial, chegaram ao evento sem trocar uma palavra com a imprensa.
.Enquanto isso, no Campo de Bagatelle, na zona norte, estimulados pelos políticos de oposição, trabalhadores ligados à Força Sindical - segunda maior central sindical do Brasil e que faz forte oposição ao Governo - gritavam pelo 'fora Dilma', pedindo o impeachment de Dilma Rousseff.
"Veta, Dilma", disse o presidente estadual do PT, Emídio de Souza em seu discurso. O ex-presidente Lula, ovacionado pelas 50.000 pessoas que estavam ali, segundo a CUT, iniciou seu discurso argumentando contra a lei da terceirização também. Usando como base dados do Dieese, falou sobre a alta rotatividade, a carga maior de trabalho e os salários mais baixos dos trabalhadores que já são terceirizados, comparados aos registrados. Fora do palco, no chão do Vale do Anhangabaú, poucos sabiam exatamente do que se trata a PL 4330, mas todos se diziam contra. Os argumentos foram de que a nova lei iria demitir e cortar os direitos dos trabalhadores.
"Fora Dilma"
A ausência da presidenta Dilma nos eventos organizados pelas centrais sindicais não passou desapercebido na zona norte. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse ao público que a mandatária não compareceu à festa, mas “mandou um presente”: no palco, ele abriu uma caixa com embalagem de presente da qual tirou cartazes com frases como “ajuste fiscal” e “desemprego”. Já o deputado Paulinho da Força, cujo partido (o Solidariedade) colocou um exército de pessoas uniformizadas no evento para recolher assinaturas pelo impeachment da presidenta, puxou um coro de “fora Dilma” (que foi seguido), a quem ele chamou ainda de “desgraçada”: “Vai para o inferno, Dilma!”, disse o deputado federal, aplaudido.
Ao microfone, Aécio disse que Dilma não teve coragem de encarar a população e que, por isso, optou por fazer pronunciamentos divididos em vídeos. A frase também foi repetida aos jornalistas. “Este primeiro de maio vai ficar lembrado como o dia da vergonha. O dia em que a presidente da República se acovardou e não teve a coragem de dizer aos trabalhadores brasileiros porque eles é quem vão pagar o preço mais duro deste ajuste”, afirmou o líder tucano.
A presidenta foi representada na zona norte pelo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias (PDT), que aos trabalhadores que acompanhavam a festa rebateu timidamente as críticas, disse que o Governo não aprovará projetos que causem a “precarização dos trabalhadores” – apesar do clima anti-Dilma, sua fala foi aplaudida. Ao chegar ao evento, ele negou que a ausência presidencial a opção por não fazer um pronunciamento em rádio e TV tenha relação com um eventual medo dos panelaço. “Quem sofreu, quem foi torturada, quem enfrentou a ditadura como ela, vai ter medo de panelaço?”, disse.
No ato da CUT, lideranças também cobraram uma posição da presidenta. "A presidenta tem que ir à TV e falar para 100 milhões de brasileiros", disse o presidente do PCdoB, Renato Rabelo. "A senhora tem que falar com o nosso povo", afirmou.
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